São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2011 |
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ANÁLISE Solução para o dilema do lixo é atacar o consumo CARLOS BOCUHY ESPECIAL PARA A FOLHA A sociedade global gera 30 bilhões de toneladas de resíduos sólidos por ano. A Convenção da Basileia, que veta o transporte fronteiriço de resíduos perigosos, visa evitar o tráfico, mas há fatores que estimulam práticas de exportação que vão contra a segurança ambiental e humana: falta de responsabilização do setor produtivo sobre a vida útil de produtos e controle sobre manobras para evitar o custo da disposição final. O argumento de reciclabilidade envia resíduos para a África e América do Sul. Não há justificativa para a tercerização off-shore da reciclagem, que tem riscos evidentes. Países que contam com mecanismos de controle social, como o Brasil, são menos vulneráveis a isso. Aqui, se não fosse a atuação dos Ministérios Públicos e de ONGs, os casos seriam ainda mais numerosos. Já países da África, como Gana, têm sido vitimados pela disposição de resíduos eletrônicos, como sucata de informática. A Somália tem áreas marinhas degradadas por lixo tóxico, inclusive nuclear. A resposta para o dilema do lixo é atacar o consumo. O setor produtivo tem planejado obsolescência, sem absorver prejuízos. São estratégias vitais reciclar e reutilizar dentro das próprias fronteiras, responsabilizar o setor produtivo na absorção dos impactos de seus produtos e utilizar instrumentos econômicos em prol da mudança da cadeia produtiva com padrões sustentáveis. Mas há despreparo da classe política, que tem optado por ações imediatistas, como a incineração. Há ainda o consumidor consciente, que só existirá com o processo de informação pró-sociedade e sustentabilidade. CARLOS BOCUHY é presidente do Proam - Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental Texto Anterior: Receita descobre outro contêiner com lixo hospitalar vindo dos EUA Próximo Texto: Órgão investiga 20% dos contêineres, diz inspetor Índice | Comunicar Erros |
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