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São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2003

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Comunidade teme remoção

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUBATÃO

O mineiro João Luiz dos Santos, 57, é um dos milhares de casos de migrantes atraídos para Cubatão pela ilusão de se beneficiarem com a industrialização da cidade.
Hoje, morador do Jardim São Marcos, ele diz não saber se conseguirá pagar a prestação no conjunto habitacional para onde a prefeitura pretende transferir os habitantes do bairro.
Santos chegou a Cubatão em 1974 e trabalhou na construção da primeira pista da rodovia dos Imigrantes. Concluída a estrada, trabalhou como ajudante de serviços gerais na Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista).
Na ocasião, segundo relata, residia na antiga Vila Parisi, bairro atualmente extinto e onde se registraram os mais graves casos de saúde pública em decorrência dos efeitos da poluição, como os de anencefalia (crianças nascidas mortas e sem cérebro).
Doente -"estou sem forças nas pernas"-, o mineiro perdeu o emprego e foi morar no Jardim São Marcos, onde ocorriam invasões de lotes.
Santos, assim como outros moradores do São Marcos, questiona a viabilidade da transferência para o conjunto habitacional com oito blocos de cinco pavimentos cada um, dotado de creche, pavimentação, drenagem e infra-estrutura urbana. "Aqui são poucos os que têm possibilidade de pagar condomínio, água, luz e prestação. Como é que vai ser?", indaga.
De acordo com o secretário de Planejamento de Cubatão, Luiz Fernando Verdinassi Novaes, ainda não há definição sobre as prestações, mas, segundo disse, o valor poderá até ser simbólico.


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