free-lance para a Folha

Um dos três peritos a dar parecer favorável à desobstrução das casas atingidas pelo vazamento de cloro gasoso em Ceilândia, Cassio Thyone, disse que a quantidade de resíduo presente nas residências é equivalente à quantidade existente em um pano umedecido com água sanitária e usado normalmente para limpar o chão. "Não há mais risco para a saúde", disse.
Duas pessoas sentiram-se mal pouco antes da liberação e foram levadas para o hospital.
Thyone afirmou que os episódios nada têm a ver com os resíduos do vazamento ocorrido na quarta-feira.
Apesar de ter sido afastado o risco de morte, os moradores das casas liberadas poderão ter irritação na garganta ou na pele se não seguirem as orientações da Inspetoria de Saúde de Ceilândia, afirmou a inspetora Edenilda Bonfim de Jesus.

Protesto
Um grupo de moradores protestava porque as autoridades demoraram a orientá-los a lidar com os resíduos.
"Eu dormi, tomei banho e cozinhei em casa. Não sabia como proceder. Agora, estou com medo de prejudicar minha saúde", disse Andreia Carla da Silva, moradora de uma das casas atingidas.
Antes de ocupar a casa, será preciso lavar piso e paredes, caixa d'água, utensílios e brinquedos. Os moradores terão de jogar fora todos os alimentos que estavam expostos ao gás. Só poderão aproveitar os que estão em embalagem lacrada e aqueles que ficaram dentro do freezer e da geladeira durante o vazamento.
Além de esvaziar o conteúdo de almofadas e travesseiros, o morador deve colocar os colchões ao ar livre "durante o maior tempo possível", conforme a "cartilha".

Fora de casa
Como a liberação ocorreu às 16h30, muitos moradores não iriam dormir em casa ontem.
É o caso de Inês da Silva e sua neta Michele. Elas estão hospedadas na casa de Graça, filha de dona Inês, que visitou ontem a casa depois da liberação para deixar abrir as janelas para melhorar a ventilação, conforme recomendou a Inspetoria de Saúde.



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