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Prefeitura vai investigar casos de diarreia na capital
Hospitais privados chegaram a ficar lotados, principalmente de pacientes vindos do litoral
Secretaria da Saúde pediu a hospitais amostras de fezes de doentes e as enviará ao Instituto Adolfo Lutz, que determinará causa da diarreia
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
MÁRCIO PINHO
ENVIADO ESPECIAL AO GUARUJÁ
Preocupada com os casos de
diarreia na cidade de São Paulo,
principalmente de pessoas vindas do litoral paulista, a Secretaria Municipal da Saúde se
reuniu no início da semana
com os maiores hospitais privados da capital e solicitou de
cada um 30 amostras de fezes
de doentes e relatórios semanais sobre os casos novos.
A secretaria solicitou formalmente os relatórios porque os
hospitais não estão obrigados a
notificar os casos isolados de
diarreia. As amostras de fezes
serão enviadas para o Instituto
Adolfo Lutz, que determinará a
causa das diarreias.
Os hospitais privados chegaram a ficar cheios. No Sírio-Libanês, o número de pacientes
com diarreia ou vômito triplicou. Foram 240 casos nos primeiros 11 dias deste ano em
comparação com os 80 casos no
mesmo período de 2009.
Os hospitais Alemão Oswaldo Cruz, São Luiz, Samaritano,
Santa Isabel, Santa Catarina e
Beneficência Portuguesa também registraram aumento.
O Sírio-Libanês diz que, dos
casos que recebeu, boa parte foi
de famílias inteiras que haviam
estado no litoral paulista. Outros hospitais afirmam que a situação foi mais crítica nos dias
seguintes ao Ano Novo, quando
as famílias voltaram da praia.
A situação ainda continua
preocupante no Guarujá, no litoral paulista. No principal posto de saúde da cidade, a Folha
encontrou às 14h de ontem
cem pessoas esperando atendimento-muitas com diarreia.
Na virada do ano, o Guarujá
registrou quase 800 casos de
diarreia. Até hoje a prefeitura
não sabe a causa -se foi algum
alimento, a água das torneiras
ou a água do mar.
Os turistas preferem não esperar. A professora Lucimara
da Silva, 39, que pretendia passar todo o mês de janeiro no
Guarujá, já estava de malas
prontas para voltar para São
Paulo. Mas só o faria após deixar o posto de saúde onde
acompanhava sua mãe, uma irmã e duas sobrinhas, que apresentavam vômito.
A Prefeitura de São Paulo investiga oito surtos da doença
na capital. Em janeiro de 2009,
foram 35 surtos. Apesar do elevado número de doentes atendidos nos hospitais privados da
cidade, a prefeitura ainda não
os considera surtos porque não
se sabe a causa. Um surto ocorre quando várias pessoas contraem uma doença a partir de
uma mesma causa.
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