São Paulo, sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

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Prefeitura vai investigar casos de diarreia na capital

Hospitais privados chegaram a ficar lotados, principalmente de pacientes vindos do litoral

Secretaria da Saúde pediu a hospitais amostras de fezes de doentes e as enviará ao Instituto Adolfo Lutz, que determinará causa da diarreia


RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
MÁRCIO PINHO
ENVIADO ESPECIAL AO GUARUJÁ

Preocupada com os casos de diarreia na cidade de São Paulo, principalmente de pessoas vindas do litoral paulista, a Secretaria Municipal da Saúde se reuniu no início da semana com os maiores hospitais privados da capital e solicitou de cada um 30 amostras de fezes de doentes e relatórios semanais sobre os casos novos.
A secretaria solicitou formalmente os relatórios porque os hospitais não estão obrigados a notificar os casos isolados de diarreia. As amostras de fezes serão enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, que determinará a causa das diarreias.
Os hospitais privados chegaram a ficar cheios. No Sírio-Libanês, o número de pacientes com diarreia ou vômito triplicou. Foram 240 casos nos primeiros 11 dias deste ano em comparação com os 80 casos no mesmo período de 2009.
Os hospitais Alemão Oswaldo Cruz, São Luiz, Samaritano, Santa Isabel, Santa Catarina e Beneficência Portuguesa também registraram aumento.
O Sírio-Libanês diz que, dos casos que recebeu, boa parte foi de famílias inteiras que haviam estado no litoral paulista. Outros hospitais afirmam que a situação foi mais crítica nos dias seguintes ao Ano Novo, quando as famílias voltaram da praia.
A situação ainda continua preocupante no Guarujá, no litoral paulista. No principal posto de saúde da cidade, a Folha encontrou às 14h de ontem cem pessoas esperando atendimento-muitas com diarreia.
Na virada do ano, o Guarujá registrou quase 800 casos de diarreia. Até hoje a prefeitura não sabe a causa -se foi algum alimento, a água das torneiras ou a água do mar.
Os turistas preferem não esperar. A professora Lucimara da Silva, 39, que pretendia passar todo o mês de janeiro no Guarujá, já estava de malas prontas para voltar para São Paulo. Mas só o faria após deixar o posto de saúde onde acompanhava sua mãe, uma irmã e duas sobrinhas, que apresentavam vômito.
A Prefeitura de São Paulo investiga oito surtos da doença na capital. Em janeiro de 2009, foram 35 surtos. Apesar do elevado número de doentes atendidos nos hospitais privados da cidade, a prefeitura ainda não os considera surtos porque não se sabe a causa. Um surto ocorre quando várias pessoas contraem uma doença a partir de uma mesma causa.


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