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Blazer e Pajero têm tinta compatível
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Exames preliminares do IC
(Instituto de Criminalística)
apontaram compatibilidade entre
a tinta verde da Blazer encontrada
queimada na favela Pantanal (zona sul) e pigmentos identificados
na Pajero em que o prefeito de
Santo André, Celso Daniel (PT),
estava quando foi sequestrado.
No dia 18 de janeiro, a Pajero e
uma Blazer, com os sequestradores de Daniel, teriam se chocado,
o que teria deixado vestígios de
tinta na Pajero.
A Folha apurou que essa compatibilidade significa que os pigmentos dos dois veículos são do
mesmo tipo de tinta, tipo de carro
e fabricante (a empresa costuma
alterar a composição das cores
dos modelos dependendo do ano
de fabricação).
Os laudos oficiais sobre a Blazer
só devem ser divulgados na semana que vem, segundo a Secretaria
da Segurança Pública. Apesar de
não serem definitivos, os exames
reforçam a tese de que a Blazer
encontrada na favela Pantanal é a
mesma usada no sequestro.
Para se ter certeza, os peritos
ainda vão analisar a ação da poluição na tinta e a aplicação de outros produtos, como massa de polimento, por exemplo.
Uma pequena marca de batida
na frente e um pára-lamas torto
da Blazer são outros indícios que
levam os peritos a acreditar que é
o veículo usado no sequestro.
Segundo o empresário Sérgio
Gomes da Silva, que dirigia a Pajero no momento da captura de Daniel, a Blazer deu batidas contra a
traseira de seu veículo. Os peritos
também avaliam que a Blazer foi
queimada na favela em uma data
próxima ao dia do sequestro.
Documento
O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, indicado pelo PT
para acompanhar as investigações, afirmou ontem não acreditar que o documento de um plano
de saúde em nome do prefeito foi
plantado em uma garagem da favela Pantanal.
A polícia fez duas vistorias no
local, mas só encontrou o comprovante na segunda perícia.
"Não tenho por que duvidar de
ninguém. É muito possível que
tendo ido a primeira vez para fazer o levantamento da Blazer no
cativeiro, [a polícia" não tenha feito o levantamento total", afirmou
o deputado.
A primeira perícia não coletou,
por exemplo, uma placa de carro
roubado e uma garrucha que estavam na garagem. "Depois reclamam quando eu venho e digo que
há desencontros na polícia", disse
Greenhalgh.
Ontem, cinco pessoas foram
ouvidas no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa). Segundo a Secretaria da
Segurança, a investigação soma
80 depoimentos até hoje.
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