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Brasil teme ser destino de carcaças
DA REPORTAGEM LOCAL
A liberação da importação de pneus reformados
dos países do Mercosul
preocupa porque pode
abrir canal para uma invasão de carcaças da Europa
e dos Estados Unidos.
Os presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados
e da Associação Brasileira
dos Recauchutadores, Reformadores e Remoldadores -Francisco Simeão e
Paulo Moreira- e o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente,
Claudio Langone, concordam que é preciso criar
mecanismos para evitar
que Uruguai, Paraguai e
Argentina recebam "lixo"
dos países desenvolvidos,
façam a sua recuperação e
vendam para o Brasil.
Até terça-feira, a importação de pneus usados e reformados era proibida, sob
multa de R$ 400 por unidade. Ainda assim, as transações ocorriam por força de
decisões judiciais. Um decreto federal suspendeu,
anteontem, a punição para
os reformados vindos do
Mercosul, em cumprimento a uma decisão do Tribunal Arbitral do bloco que
atendeu em grande parte à
reivindicação do Uruguai.
Simeão, Moreira e Langone sustentam que o volume de reformados produzidos pelos vizinhos sul-americanos não assusta,
mas que é preciso "ficar
atento" para qualquer aumento súbito. "Numa conversa, o embaixador uruguaio demonstrou interesse em ser parceiro nesse
sentido", diz Langone.
Do ponto de vista ambiental, ele espera um possível aumento do passivo
por causa da supostamente
menor vida útil dos pneus
recuperados. Os importadores desse material também estão sujeitos à resolução 258 do Conama.
"É claro que preferíamos
ficar só com os nossos, mas
entendemos que, se o Brasil não cumprisse a decisão
do tribunal, não poderia
assumir a liderança que lhe
cabe no Mercosul."
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