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São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

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Brasil teme ser destino de carcaças

DA REPORTAGEM LOCAL

A liberação da importação de pneus reformados dos países do Mercosul preocupa porque pode abrir canal para uma invasão de carcaças da Europa e dos Estados Unidos.
Os presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados e da Associação Brasileira dos Recauchutadores, Reformadores e Remoldadores -Francisco Simeão e Paulo Moreira- e o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Claudio Langone, concordam que é preciso criar mecanismos para evitar que Uruguai, Paraguai e Argentina recebam "lixo" dos países desenvolvidos, façam a sua recuperação e vendam para o Brasil.
Até terça-feira, a importação de pneus usados e reformados era proibida, sob multa de R$ 400 por unidade. Ainda assim, as transações ocorriam por força de decisões judiciais. Um decreto federal suspendeu, anteontem, a punição para os reformados vindos do Mercosul, em cumprimento a uma decisão do Tribunal Arbitral do bloco que atendeu em grande parte à reivindicação do Uruguai.
Simeão, Moreira e Langone sustentam que o volume de reformados produzidos pelos vizinhos sul-americanos não assusta, mas que é preciso "ficar atento" para qualquer aumento súbito. "Numa conversa, o embaixador uruguaio demonstrou interesse em ser parceiro nesse sentido", diz Langone.
Do ponto de vista ambiental, ele espera um possível aumento do passivo por causa da supostamente menor vida útil dos pneus recuperados. Os importadores desse material também estão sujeitos à resolução 258 do Conama.
"É claro que preferíamos ficar só com os nossos, mas entendemos que, se o Brasil não cumprisse a decisão do tribunal, não poderia assumir a liderança que lhe cabe no Mercosul."


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