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Combustível requer atenção de pilotos, diz comandante
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo especialistas em
aviação, decolar um Learjet
com mais combustível numa
asa do que na outra é um procedimento de risco extremo.
"Se encher muito uma asa vai
dar um braço de alavanca [excesso de peso sobre uma asas]
enorme. Isso é extremamente
crítico", afirmou o comandante
Flamarion Almeida, que já pilotou aeronaves comerciais e é
consultor de empresas aéreas.
"O centro de gravidade da asa
direita pode ficar deslocado para fora do eixo longitudinal do
avião." Segundo ele, com o desequilíbrio, o avião tende a inclinar para o lado mais pesado.
"E a asa que está vazia é alçada
para o alto", disse.
Para que a transferência de
combustível fosse acionada, foi
preciso que se ligasse dois comandos, o da própria bomba e o
da válvula de transferência.
"Acho muito difícil ligar esses
dois comandos sem querer."
Segundo o comandante Hugo Stringhini, presidente do
Sinpac (Sindicato Nacional dos
Pilotos da Aviação Civil), os pilotos precisam estar atentos a
qualquer suspeita de eventual
problema que pudesse ocorrer.
"Era preciso verificar se o tanque da asa direita estava mais
pesado mesmo que os marcadores indicassem que tudo estivesse certo. É comum haver bolhas de ar que enganam o leitor", disse Stringhini.
De acordo com o Seripa, o
manual do Learjet não oferece
dados sobre o limite máximo
permitido de desbalanceamento na partida da aeronave. Segundo a FAB, são oferecidas informações sobre isso para o
momento do pouso do modelo
35A. De acordo com técnicos, a
diferença seria algo em torno
de 160 litros de uma asa para
outra. O Learjet acidentado poderia estar com uma diferença
de 340 litros.
(KT)
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