São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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Combustível requer atenção de pilotos, diz comandante

DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo especialistas em aviação, decolar um Learjet com mais combustível numa asa do que na outra é um procedimento de risco extremo.
"Se encher muito uma asa vai dar um braço de alavanca [excesso de peso sobre uma asas] enorme. Isso é extremamente crítico", afirmou o comandante Flamarion Almeida, que já pilotou aeronaves comerciais e é consultor de empresas aéreas.
"O centro de gravidade da asa direita pode ficar deslocado para fora do eixo longitudinal do avião." Segundo ele, com o desequilíbrio, o avião tende a inclinar para o lado mais pesado. "E a asa que está vazia é alçada para o alto", disse.
Para que a transferência de combustível fosse acionada, foi preciso que se ligasse dois comandos, o da própria bomba e o da válvula de transferência. "Acho muito difícil ligar esses dois comandos sem querer."
Segundo o comandante Hugo Stringhini, presidente do Sinpac (Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil), os pilotos precisam estar atentos a qualquer suspeita de eventual problema que pudesse ocorrer. "Era preciso verificar se o tanque da asa direita estava mais pesado mesmo que os marcadores indicassem que tudo estivesse certo. É comum haver bolhas de ar que enganam o leitor", disse Stringhini.
De acordo com o Seripa, o manual do Learjet não oferece dados sobre o limite máximo permitido de desbalanceamento na partida da aeronave. Segundo a FAB, são oferecidas informações sobre isso para o momento do pouso do modelo 35A. De acordo com técnicos, a diferença seria algo em torno de 160 litros de uma asa para outra. O Learjet acidentado poderia estar com uma diferença de 340 litros. (KT)


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