São Paulo, domingo, 15 de abril de 2001

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Para CET, motoboys são imprudentes

DA REPORTAGEM LOCAL

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) considera que a ação dos motoboys no trânsito é marcada pela imprudência.
"Eles chamam a atenção pela maneira perigosa de dirigir, sempre ultrapassando veloz e ruidosamente os veículos no trânsito (...). A maioria é jovem e incauta e, via de regra, é remunerada por entrega realizada, o que estimula a pressa e a imprudência", diz um trecho de boletim estatístico publicado pela companhia.
Em julho passado, a CET fez uma pesquisa sobre as diferenças entre os condutores de motocicletas. O estudo dividiu os condutores em duas categorias: motoboys (que usam a moto como instrumento de trabalho) e motociclistas (que usam a moto como meio de transporte ou para lazer).
Segundo o levantamento, em comparação com os motociclistas, os motoboys, em geral, são mais jovens, têm menos escolaridade e menor renda e percorrem quilometragens muito maiores.
Segundo o engenheiro Max Ernani de Paula, do departamento de segurança no trânsito da CET, o fato de os motoboys serem remunerados, na maior parte das vezes, pelo número de entregas, contribui para eles trafeguem mais rapidamente e estejam mais propensos a acidentes.
"A moto é um veículo que não oferece segurança. Uma batida de carro, mesmo em velocidade mediana, pode não acarretar consequências graves. Uma batida de moto, mesmo em velocidade baixa, quase sempre causa ferimentos. A alta velocidade dos motoboys acaba, muitas vezes, sendo um determinante fatal."
A pesquisa entrevistou 242 motoqueiros (165 motoboys e 77 motociclistas). Em relação à faixa etária, 40% dos motoboys entrevistados tinham até 24 anos. Quanto à escolaridade, somente 4,8% tinham curso superior, comparados a 26% dos motociclistas.
Cerca de 50% dos motoboys e 37,6% dos motociclistas ganhavam de 1 a 5 salários mínimos. Quanto à quilometragem, 31,5% dos motoboys disseram percorrer de 150 km a 200 km por dia. (MD)


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