São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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FUNCIONALISMO

No ES, Polícia Civil e área da saúde têm greve

Paralisação de professores da rede estadual atinge quatro Estados

DA AGÊNCIA FOLHA

DA SUCURSAL DO RIO

Professores estaduais do Rio, Pará, Bahia e Minas Gerais estão em greve. A paralisação mais longa ocorre no Rio, onde o movimento completa 71 dias.
No Pará, a paralisação dura 49 dias. Em Belém, após seis dias de greve de fome, sete professores do Estado encerraram o protesto, após terem sido hospitalizados.
Os professores do Pará decidem hoje se mantêm a greve. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) exige reajuste de 80% e diz que a adesão é de 60% na capital. O Estado quer o fim da greve para negociar e diz que 46% das escolas não estão tendo aulas normalmente em Belém, onde há 316 mil alunos na rede estadual.
Diante da ameaça de desconto dos dias parados, está marcada para hoje assembléia que decidirá se os docentes voltam ao trabalho.

Rio
Hoje, haverá nova assembléia no Rio, mas a diretoria do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) diz não acreditar no fim do impasse. Segundo o Sepe, 60% dos cerca de 110 mil professores do Estado estão parados. Para a Secretaria de Estado da Educação, não há greve no interior, 30% dos professores estão parados na região metropolitana e, na capital, a adesão é de 40%.
Os professores querem que os aumentos referentes ao plano de cargos e salários sejam pagos em quatro vezes. O governo propôs 12 vezes. Anteontem, a governadora Benedita da Silva (PT) disse que o governo já chegou ao limite do que é possível oferecer aos professores. O sindicato contesta.

Bahia
Pelo menos 1,5 milhão de alunos matriculados nas 2.400 escolas estaduais da Bahia estão sem aulas há 12 dias. Os professores reivindicam 20 alterações no Estatuto do Magistério Público, que está tramitando na Assembléia em regime de urgência.
A secretária Ana Lúcia Castelo Branco (Educação) diz que todas as reivindicações dos professores foram atendidas. Ontem, a secretaria autorizou o corte de ponto de professores que não comparecerem às aulas a partir de hoje. O sindicato diz não temer a medida.

Minas
Professores da rede pública estadual de Minas estão em greve parcial há sete dias. Eles querem um plano de carreira, elevando os pisos salariais da categoria em todos os níveis, e o fim das "distorções", como a mesma remuneração entre um servidor recém-contratado e um mais antigo.
Enquanto o Sind-UTE, sindicado dos servidores da área, fala em 65% de adesão, a Secretaria de Estado da Educação diz que 71% dos professores estão trabalhando.
O governo disse que não tem condições de reajustar os salários e que vai cortar os dias parados. Minas enfrenta um grave problema financeiro. Sem dinheiro para pagar a dívida do Estado com a União, está enfrentando bloqueio dos repasses do FPE (Fundo de Participação dos Estados).

Espírito Santo
Policiais civis do Espírito Santo, em greve desde ontem, ameaçam radicalizar o movimento se não forem recebidos pelo governo. Por enquanto, 30% dos 1.800 policiais civis estão trabalhando.
Os policiais querem reajuste de 67% e melhores condições de trabalho. "Estamos há oito anos sem reajuste. Há 13 mil inquéritos em Vitória. Na região metropolitana são 24 mil", disse o presidente do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis), José Rodrigues Camargo.
O governo do Estado obteve liminar na sexta que considera ilegal a greve e define multa de R$ 10 mil por dia parado. O Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil diz que não foi notificado.
Servidores da saúde, que estão em greve desde anteontem, querem gratificação de 10% retroativa a março e concurso público. Em reunião ontem com o secretário Carlos José Cardoso (Saúde), foi proposto reajuste de 10% a partir de junho e um edital de concurso até 30 de junho.



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