São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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Até Polícia Ambiental é alvo de ataques

DA REPORTAGEM LOCAL

DA FOLHA RIBEIRÃO

Até a Polícia Rodoviária Federal foi alvo de ataques no final de semana e, na tarde de ontem, começou a sofrer ameaças por telefone. A Polícia Ambiental no litoral teve um atentado a bomba e, no interior, um agente assassinado.
Três integrantes de um Mercedez Classe A passaram atirando na frente do posto da rodovia Régis Bittencourt -no km 285, em Itapecerica da Serra- na madrugada de ontem, por volta da 1h30.
Havia três policiais na base, que não foram feridos na ação. Um deles estava do lado de fora do posto e atirou no vidro traseiro do veículo, que quebrou. Por coincidência, um carro da Rota passou pelo local e foi informado do ataque. Houve uma perseguição e, 6 km depois, o Classe A não conseguiu fazer um retorno e capotou.
Os integrantes saíram do carro e houve troca de tiros. Os três policiais, que seguiam os suspeitos, fecharam a pista para evitar passagem de veículos durante o tiroteio. Os acusados morreram antes de chegar ao hospital. Foram apreendidos um revólver, duas pistolas e uma arma calibre 12.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os postos no Estado foram reforçados e agentes de Minas Gerais e do Rio de Janeiro ajudarão no trabalho em São Paulo. Ontem à tarde, o posto de Itapecerica recebeu telefonemas anônimos com ameaças -os autores das ligações perguntaram se os policiais estavam preparados para um novo ataque.
Apesar disso, os policiais aparentavam tranqüilidade no local. Eles dizem ter ficado surpresos em terem sido alvo de ataques, mas afirmam que, com a onda de violência, já estavam em alerta.
Foram colocados cones em duas faixas da Régis Bittencourt no sentido interior -só a faixa mais distante do posto ficou livre para a passagem de carros- e um retorno foi fechado.

Polícia ambiental
Um policial ambiental fardado foi morto com 14 tiros depois de deixar a noiva em casa, em Ribeirão Preto, à 1h de ontem. Arildo Ferreira da Silva, 34, que trabalhava na polícia há 15 anos, morreu no hospital. Policial desde 1991, Silva iria se casar no final do ano.
Uma testemunha diz que viu dois homens atrás de uma árvore, que teriam atirado contra o policial enquanto ele atravessava a rua. Silva estava com sua arma particular, mas não revidou.
No enterro, as mãos enfaixadas de Arildo traziam um terço, ladeadas pelas camisas do Comercial e Palmeiras. "É revoltante. Essa mãe nunca mais terá Dia das Mães", disse o amigo Juraci Trindade Ávila. Silva foi a segunda vítima em Ribeirão Preto. Na madrugada de anteontem, o agente penitenciário Alexandre Luís Lima, 30, foi assassinado com 20 tiros, quando trabalhava como segurança de um motel.
Em Iguape, a Polícia Ambiental foi alvo de uma bomba caseira. Às 4h, houve uma explosão em frente ao 3º Pelotão Ambiental. A bomba não causou danos ao prédio e não deixou feridos. Ninguém foi preso.


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