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Alckmin culpa União por insegurança
DA REPORTAGEM LOCAL
Preocupado com o impacto da
série de ataques do PCC sobre sua
campanha, o pré-candidato do
PSDB à Presidência, Geraldo
Alckmin, que governou São Paulo
de 2001 até março deste ano, responsabilizou ontem o governo federal pela crise de segurança no
país. É sua resposta à alfinetada
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que atribuiu os atentados
do PCC à falta de investimento social do governo do Estado.
Após chamar de heróis os policiais mortos, Alckmin disse que
"falta ao Brasil uma grande preocupação com a segurança nacional". O tucano reclamou da retenção de recursos para segurança.
Disse que, se eleito, "descontingenciaria as verbas em janeiro".
Ele defendeu ainda a unificação
do sistema de informação das polícias e a revisão da legislação.
Apesar da estratégia, o PSDB
não descarta desgastes eleitorais.
Por isso, Alckmin acompanhou
ontem a crise de perto. Ansioso,
telefonou para integrantes do governo, mantendo contato direto
com o secretário de Segurança,
Saulo de Castro Abreu, e o governador Cláudio Lembo.
Além de prestar contas ao ex-governador, Saulo teve de atender
a parlamentares, até para minimizar rumores de que tucanos estão
na mira do PCC.
Embora Lembo tenha dito que a
situação estava controlada, Alckmin temia uma terceira madrugada violenta. "Ele [Alckmin] está
acompanhando de segundo a segundo. É claro que ele está falando com todo mundo à noite inteira, desde ontem, para acompanhar como qualquer pessoa responsável, como o presidente da
República deveria estar fazendo.
Não ficar buscando bode expiatório", disse o coordenador do programa de governo de Alckmin,
João Carlos Meirelles.
"É, realmente não houve repasse do governo federal para educação nem para segurança. As palavras vazias que vêm de fora são
próprias de aproveitadores do
momento", ironizou Lembo.
Problema nacional
O comando de campanha de
Alckmin consultou o jornalista
Luiz Gonzales, que assumirá a comunicação do comitê eleitoral. A
ordem é ressaltar a falta de investimento federal em segurança.
"Precisamos colocar com muita
clareza que o primeiro grande
responsável pelo que está acontecendo em São Paulo, Rio e Mato
Grosso do Sul é a ausência do governo federal. Os grandes responsáveis no momento são o presidente e o ministro da Justiça."
Realistas, tucanos como o presidente do PSDB, Sidnei Beraldo,
reconhecem que há reflexo na
campanha de Alckmin, a ponto
de o comitê estar organizando hoje uma reunião de avaliação. "Mas
não é só o impacto político. Nem
só sobre nós. É sobre o governo
federal, Congresso e Assembléia",
disse ele, numa alusão a propostas, como de reajuste de policiais,
estacionadas no Legislativo.
Os ataques também causaram
preocupação com a segurança do
próprio Alckmin. Integrantes do
comando da campanha querem
convencê-lo a andar acompanhado por guarda-costas, o que ele
não vem fazendo até o momento.
Pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante não fez como Lula. Disse
que, apesar das críticas à política
de segurança, "este é o momento
de solidariedade". Era tarde.
Os tucanos focaram suas críticas em Lula. "O Estado fez um investimento brutal em segurança
sozinho", disse o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP).
"Os índices em São Paulo têm
melhorado, mas o que o governo
federal fez?", questionou o deputado Antonio Carlos Pannunzio
(PSDB-SP).
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