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Entidade deve pedir aumento
a José Dirceu
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Undime (União Nacional
dos Dirigentes Municipais de
Educação) encaminhará ao ministro José Dirceu (Casa Civil)
um pedido para que seja liberado o aumento do valor mínimo
do Fundef para R$ 500.
O Ministério da Educação já
encaminhou projeto à Fazenda
para reajustar o valor, mas não
foi autorizado. Se houver a liberação, a União terá que complementar recursos para 14 Estados. Atualmente complementa para quatro.
Para o presidente nacional da
Undime, Adeum Hilário Sauer,
51, é "impossível" continuar
sem o reajuste. Secretário da
Educação de Itabuna (BA),
Sauer está em seu terceiro
mandato na entidade e conversou com a Folha em Brasília.
Folha - O problema do Fundef
é não colocar em prática a lei?
Adeum Hilário Sauer - A Undime sempre defendeu e continua defendendo que a União
tem de cumprir a lei. Ela estabelece um valor mínimo anual
decretado pelo presidente da
República de acordo com fórmula de cálculo. Hoje seria acima de R$ 700, enquanto o que
está em vigor varia de R$ 446 a
R$ 468,30. Esse valor é muito
baixo, não cumpre a lei. A
União, desde a implantação do
Fundef, deixou de pagar aos
Estados e municípios R$ 12 bilhões. Com o Orçamento atual,
sabemos e entendemos que
não há possibilidade de cumprir os R$ 700. Mas o ministro
Cristovam Buarque entendeu a
reivindicação e fez um estudo
por meio de um grupo de trabalho. Ficou compreendido ser
possível pagar em torno de R$
500. (...)
Folha - Mas até agora o aumento não saiu...
Sauer - O ministro Cristovam
Buarque explicou que encaminhou ao presidente. Faltavam
algumas informações de natureza técnica. Mas ele já discutiu
com o ministro Palocci [Antonio Palocci Filho, da Fazenda]
(...). Esperamos que aconteça
em breve porque muitos municípios já estão enfrentando greves por não ter condições de
oferecer salários maiores. (...)
Folha - O Ministério da Educação tem divulgado que pretende
desenvolver vários projetos para melhorar a educação, mas tudo isso tem um custo. Não está
se criando expectativas, correndo o risco de não ter verba?
Sauer - Essa questão é pertinente na medida em que discutimos o Fundef e não conseguimos colocar em prática o valor
mínimo que a lei exige. Mas o
ministério nos assegura que está conseguindo recursos.
Folha - Existe uma queda-de-braço, não só entre Estados e
municípios para obter mais recursos como no próprio governo
federal. Como superar isso?
Sauer - (...) Há interesses diversos que se articulam no próprio Estado. Isso é a realidade.
(...) As declarações do ministro
são no sentido de que tem que
haver compreensão das possibilidades financeiras existentes, mas também precisa mobilizar a sociedade para que ela
diga que a educação é prioridade e quanto é necessário para
ter qualidade. Certamente o
presidente Lula terá de intervir.
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