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Fabricante de cigarro tem 9 meses para mudar fotos de embalagens
Prazo é para empresas colocarem imagens mais chocantes; empresa critica medida
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Os fabricantes de cigarros e
produtos derivados do tabaco
terão nove meses, a contar do
dia 7, para substituir as imagens e mensagens de advertência em suas embalagens e materiais de propaganda por novas,
consideradas mais agressivas.
A contagem do prazo teve
início a partir da publicação da
Resolução nº 54 da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que regulamenta
a nova campanha.
A determinação é válida não
apenas para o cigarro, mas para
todos os produtos fumígenos,
inclusive charutos, cigarrilhas e
cigarros de palha, entre outros.
Por meio de sua assessoria de
imprensa, a Souza Cruz criticou a nova resolução. "O objetivo do Ministério da Saúde,
apontado à época do lançamento das imagens, foi criar repulsa
e aversão, o que para a Souza
Cruz vai de encontro ao propósito final que é de educar e informar o consumidor. Para tanto, a Souza Cruz acredita que as
imagens deixam de lado qualquer cunho educativo."
Eficácia
A coordenadora do Programa Nacional de Controle de
Tabagismo do Inca (Instituto
Nacional de Câncer), Tânia Cavalcante, defendeu a necessidade de renovar as imagens da
campanha para que ela não
perca sua eficácia.
"Como qualquer produto, a
embalagem faz parte de uma
estratégia de marketing. Então,
com esse olhar, nós iniciamos
um projeto que durou dois anos
entre estudos preliminares,
pesquisas de campo e produção
do novo material até chegarmos a esta resolução", afirmou
Cavalcante.
As pesquisas realizadas identificaram que as imagens atuais
nas embalagens e na propaganda de cigarros "tinham pouco
impacto no sentido de mobilizar o fumante a pensar em parar de fumar e também no de
desestimular não-fumantes a
adquirirem o hábito" e concluiu que era necessário torná-las mais agressivas.
"Munidos de evidências
científicas de que as imagens
que têm mais impacto são as
que causam algum tipo de reação emocional negativa, como
repulsa ou medo, criamos esta
campanha", disse Cavalcante.
As novas ilustrações, divulgadas pelo Ministério da Saúde
em maio durante as atividades
do Dia Mundial sem Tabaco,
abordam dez malefícios causados pelo fumo e têm como alvo
prioritário o público jovem.
O envelhecimento precoce,
por exemplo, é representado
pelo rosto de uma mulher dividido pela metade. De um lado,
uma face com aparência saudável; do outro, a mesma face projetada através de um maço de
cigarro com a pele enrugada,
seca e manchada.
Ainda por meio de sua assessoria de imprensa, a Souza
Cruz declarou que "não teve a
oportunidade de participar do
debate quanto ao caráter educativo" da norma recém-publicada pela Anvisa. Procurada
pela Folha, a Philip Morris não
respondeu até o fechamento
desta edição.
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