São Paulo, Quarta-feira, 15 de Setembro de 1999
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Prefeitura de SP cancela Carnasampa

da Reportagem Local

A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem oficialmente o cancelamento do 6º Carnasampa, que deveria ser realizado no próximo final de semana na avenida Água Espraiada, na zona sudoeste.
O prefeito Celso Pitta proibiu a realização do evento com base em possíveis incidentes que poderiam ocorrer, apontados pelo GAC (Grupo de Apoio Comunitário) do Jabaquara.
Segundo a prefeitura, o Carnasampa só poderá ser realizado caso os organizadores aceitem transferi-lo para o Anhembi.
A Advice, empresa responsável pela organização do Carnasampa, afirmou que o GAC do Jabaquara havia dado parecer favorável à realização do evento.
Ontem, o GAC encaminhou fax para a prefeitura dizendo que "não tem poder para autorizar ou negar eventos do porte do Carnasampa". Mas também encaminhou outro documento apontando uma série de problemas que poderiam ser gerados pelo evento, com riscos de acidentes e tumultos.
A Advice afirmou que toda a documentação exigida pela prefeitura para a realização do evento está de acordo com as exigências legais.
A empresa também sustenta que a prefeitura desconsiderou documentos apresentados à Secretaria de Governo, que contêm autorização de outras associações que concordaram com a realização do evento, incluindo o GAC de Santo Amaro.
Os organizadores afirmaram que poderão entrar com um pedido de liminar na Justiça até o final da semana para garantir a realização do Carnasampa no local.
"Coisas muito estranhas estão acontecendo. Nós entregamos toda a documentação, conseguimos a autorização de associações de bairro e a prefeitura muda a cada hora as exigências para a liberação do evento", disse Luís Carlos Adan, um dos organizadores.
Segundo os organizadores, os problemas com a realização do evento começaram a surgir depois de um telefonema anônimo, no qual a pessoa teria dito que a empresa "precisaria pagar muito para realizar o evento".
O secretário de Comunicação, Antenor Braido, disse ontem que o veto ao Carnasampa com base na consulta ao GAC é legal, mesmo que os demais documentos estejam em ordem.
O argumento inicial da prefeitura para vetar o Carnasampa foi baseado na alegada falta dos documentos necessários para sua liberação.
Além disso, a prefeitura informou que recebeu representação de entidades de bairro contra a realização do Carnasampa.
A empresa já vendeu quase 4.000 kits para o desfile nos blocos (R$ 95) e mais de 50% dos camarotes (R$ 3.000 e R$ 5.000). A empresa ainda não fala em devolver o que foi pago, porque acredita na liberação do evento.
Este é o segundo ano consecutivo que o Carnasampa enfrenta problemas. Em 98, a Administração Regional de Santo Amaro revogou a autorização dias antes do evento. Mas voltou atrás e liberou.



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