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PASSAGENS PAULISTANAS
Instalado em parada na Rebouças, equipamento é usado principalmente por idosos e pacientes do HC
Improvisado, elevador pára por mais de 2 h
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O que já era considerado ruim
pelos usuários ficou ainda pior na
tarde de ontem. Por volta das
16h40, o elevador improvisado
pela Prefeitura de São Paulo na
passarela que permite o acesso ao
ponto do Passa Rápido na avenida Rebouças quebrou. Ficou parado por mais de duas horas.
Todas as pessoas, inclusive idosos e pacientes do Hospital das
Clínicas, localizado ao lado da
passarela, foram obrigadas a usar
a escada provisória, de estrutura
tubular e degraus de madeira, para chegar ao ponto de ônibus.
Foi o caso de Letícia Caldeira,
que ontem completou 66 anos.
Deficiente visual, ela precisou do
apoio da amiga Maria Galzia, 71,
para descer os 44 degraus da escada. Levou quase três minutos.
"Está horrível. Estou com as pernas tremendo", disse ao chegar.
As dificuldades já haviam começado na chegada, quando, indo para o HC, precisou subir de
elevador. Sentiu-se desconfortável: "Na ida foi um trabalho para
entrar, tinha fila. Agora piorou".
Como Letícia, muitos dos pedestres que passam pelo local, em
razão da proximidade com o Hospital das Clínicas e com o Instituto
do Coração, sofrem de algum tipo
de doença ou problema físico.
Por isso, algumas pessoas enfrentavam dificuldades para subir
ou descer. Estreita, a escada não
dava vazão aos outros pedestres,
que se acumulavam ao longo dos
degraus, o que aumentava a sensação de insegurança.
Fabiane Geni de Moraes, 29, técnica de radiografia, precisou parar por alguns segundos na escada para tentar se recuperar de
uma tontura. O medo de permanecer na escada, no entanto, foi
maior, e ela subiu até o final. Lá
em cima, em segurança, suas
mãos tremiam. Disse que não teria coragem para voltar.
"Isso aqui é suicídio. [A escada]
deveria estar no Playcenter", disse
em tom de brincadeira Milton Lucena, 35, técnico em informática.
Maria Celeste, 61, também procurou rir da situação, apesar da
dificuldade que teve para descer a
escada. Atrás dela, uma longa fila
se formou. "Na minha velhice,
não é muito fácil. Mas eu não estou cansada, não. Quem parecia
"cansada" era a escada."
Outros, no entanto, não conseguiram enfrentar as dificuldades
encontradas com o mesmo humor. Uma mulher de 71 anos, que
não quis se identificar, fez a subida amparando seu marido de 81
anos. "Ele sofre [do mal] de Alzheimer, isso é uma indecência".
Por volta das 19h, o elevador da
passarela voltou a funcionar. Segundo a prefeitura, o elevador definitivo estará pronto em 30 dias.
E a escada será substituída por escadas rolantes em 60 dias.
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