São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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Desvio também retarda viagem de pedestres

DA REPORTAGEM LOCAL

A cada esquina ou metade de quarteirão, um desvio, obstáculo ou interdição para retardar a viagem ao longo da avenida Rebouças, assim como buracos e falta de sinalização.
Não se trata de nenhuma nova interferência para os carros depois da abertura do novo túnel, mas somente para os pedestres, que, no sentido centro-bairro, não dispõem nem sequer de 50 metros de calçada contínua, em condições ao menos regulares, em toda a extensão de 3,5 km, da altura do HC (Hospital das Clínicas) até a ponte Eusébio Matoso.
A Folha fez esse percurso a pé no final da tarde de ontem e verificou que é essa a pior opção para quem quer se deslocar na via -mesmo que a velocidade dos carros se aproxime de 8 km/h, como anteontem.
A situação do passeio não só traz riscos à segurança como, por causa de obstáculos, atrasa a viagem de quem anda. O percurso da reportagem durou 45 minutos, numa média de 4,7 km/h -contra 6 km/h caso as condições fossem normais.
Logo na altura do HC, há bloqueios que obrigam os pedestres a se espremer em menos de um metro -ou a dividir a faixa da direita com os carros, como faz a maioria. O calçamento ali já começou a ser feito, mas ainda está totalmente desnivelado -sendo impossível para uma mulher com salto ou para uma mãe com carrinho de bebê.
Os riscos nos cruzamentos também aumentaram -já que os tapumes escondem as faixas de pedestres, como na esquina com a João Moura.
A área do banco Itaú que serviria de caixa eletrônico para os carros -tipo drive-thru- virou a passagem preferida e mais segura dos que estão a pé logo depois da avenida Henrique Schaumann.
Em um posto de gasolina a seguir, quem anda se sente na praia: uma areia fofa facilita a entrada -dos carros, claro.
O caminho prossegue, pedras favorecem tropeços, bueiros abertos ameaçam os que não estiverem com a vista em dia e a entrada iluminada do novo túnel é apenas uma ilusão: por lá quem está a pé não passa; a opção é uma via lateral, escura, sem nenhuma luz. (ALENCAR IZIDORO)


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