São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Traficante é acusado de lavagem de US$ 9 mi

Abadía também foi denunciado por uso de documento falso, formação de quadrilha e corrupção ativa

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía foi denunciado ontem sob acusação de ter lavado US$ 9 milhões (cerca de R$ 17,2 milhões) no Brasil. Ele também é acusado por uso de documento falso (tinha 31 tipos de identidade com cinco nomes diferentes), formação de quadrilha e corrupção ativa. Se for condenado por todos os crimes, pode pegar de 8 a 31 anos de prisão.
Outras 15 pessoas que integrariam a quadrilha de Abadía também foram denunciadas.
A procuradora Thaméa Danelon Valiengo, que apresentou a acusação ao juiz Fausto Martin de Sanctis, diz que a Polícia Federal chegou aos US$ 9 milhões a partir de depoimentos do próprio traficante e de avaliação não técnica dos bens que ele comprou no Brasil.
Abadía foi preso no dia 7 de agosto num condomínio de luxo em Aldeia da Serra, na Grande São Paulo. Ele é apontado pelo DEA (Drugs Enforcement Administration, a agência antidrogas dos Estados Unidos) como um dos maiores traficantes do mundo, um dos líderes do maior cartel da atualidade -o cartel do Vale do Norte. Sua fortuna é avaliada pelos americanos em US$ 1,8 bilhão.
Se a estimativa estiver correta, a lavagem de dinheiro no Brasil equivale a mero 0,5% dos bens do traficante. "É muito difícil saber se ele tem outros bens no Brasil. A PF acredita que identificou todos os laranjas que ele usava", diz a procuradora. De nada adiantou Abadía tentar excluir sua mulher da suposta quadrilha. Yessica Paola Rojas Morales é apontada na denúncia como a contadora do grupo no Brasil e encarregada dos pagamentos.

Corrupção ativa
O traficante é acusado de corrupção ativa porque pagava US$ 200 para um agente federal em Foz de Iguaçu carimbasse seu passaporte sem que ele precisasse deixar o país. O agente federal, um militar da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o piloto também são acusados do mesmo crime porque teriam participado dessa farsa.
A denúncia não contempla a acusação de que Abadía pagou R$ 800 mil a policiais do Denarc (Departamento de Narcóticos da Polícia Civil paulista) porque esse crime não é atribuição da Justiça federal. O Ministério Público Estadual vai se encarregar dessa investigação.


Texto Anterior: Fundação nega reajuste de 100% em mensalidade
Próximo Texto: Mulher morre ao ser arrastada por carro que fugia de roubo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.