São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lojas improvisam anúncio com faixa

Nove meses após a entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, muitos comerciantes ainda não instalaram placas novas

Prefeitura de SP incentiva a solução, que é usada por quem ainda não teve tempo suficiente ou dinheiro para instalar placa adequada

FABIANA REWALD
DA REDAÇÃO

Primeiro, chamavam atenção nas ruas de São Paulo as carcaças de outdoors e as marcas dos letreiros retirados. Mas agora, passados nove meses da entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, as fachadas sem nenhum anúncio deram lugar, em grande parte, a pequenas faixas, com o nome da loja.
Sem dinheiro ou sem tempo suficiente para instalar uma placa nova, os comerciantes têm recorrido a essa forma de anúncio temporário para não perder os clientes mais desavisados. E ainda recebem incentivo da prefeitura para isso. "A gente saiu espalhando que podia pôr uma faixinha [do mesmo tamanho permitido para o anúncio]", diz Regina Monteiro, presidente da CPPU (Comissão de Proteção da Paisagem Urbana) da prefeitura e mentora da Lei Cidade Limpa.
Segundo o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, cerca de 50% das lojas já estão com as novas fachadas prontas. Ele acredita que, até abril de 2008, a transição termine completamente.
Para conferir o resultado do famoso jeitinho brasileiro para se adaptar à lei, basta percorrer ruas de comércio da cidade, como a 25 de Março e a Augusta (região central), que estão cheias de "faixinhas".
Há duas semanas, a Alpha Car Service, loja da rua Augusta de serviços elétricos automotivos da Bosch Service, exibe uma faixa com o seu nome, telefone, o logotipo da Bosch e a seguinte frase: "Estamos nos adequando a Nova Lei "Cidade Limpa" [sic]". Placa semelhante pode ser vista na fachada da SBS Peças e Serviços, outra unidade da Bosch Service, em Perdizes (zona oeste).
O dono da Alpha Car, Giácomo Vittoruzzo Biondo, conta que a faixa foi feita pela Bosch para todas as unidades de São Paulo. Segundo ele, a multinacional aguarda consulta feita à prefeitura para instalar um novo anúncio, que deve custar de R$ 5.000 a R$ 6.000.
Outra rede que ainda não completou a transição das fachadas é a Drogaria Onofre. A loja da av. Henrique Schaumann (zona oeste), por exemplo, aguarda um anúncio novo.
Na Matsumoto, que vende lembrancinhas e artigos de festa, entre outros produtos, na região da 25 de Março, as faixas com o nome do local ficaram do lado de dentro, logo abaixo de onde ficava o enorme letreiro, retirado no fim de março -prazo-limite para que os anúncios se adequassem à nova lei.
O dono, Waldir Bertoni, estima o gasto com a mudança da fachada (são duas, já que a loja é de esquina e bem grande) em R$ 100 mil. Ele diz que a placa nova deve chegar só na próxima semana. Enquanto isso, ele usa as "faixinhas".


Texto Anterior: Projeto de Kassab libera anúncio em ponto de ônibus
Próximo Texto: Para se adaptar, vale até esconder o tamanho da placa com tinta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.