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Lojas improvisam anúncio com faixa
Nove meses após a entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, muitos comerciantes ainda não instalaram placas novas
Prefeitura de SP incentiva a solução, que é usada por quem ainda não teve tempo suficiente ou dinheiro para instalar placa adequada
FABIANA REWALD
DA REDAÇÃO
Primeiro, chamavam atenção nas ruas de São Paulo as
carcaças de outdoors e as marcas dos letreiros retirados. Mas
agora, passados nove meses da
entrada em vigor da Lei Cidade
Limpa, as fachadas sem nenhum anúncio deram lugar, em
grande parte, a pequenas faixas, com o nome da loja.
Sem dinheiro ou sem tempo
suficiente para instalar uma
placa nova, os comerciantes
têm recorrido a essa forma de
anúncio temporário para não
perder os clientes mais desavisados. E ainda recebem incentivo da prefeitura para isso. "A
gente saiu espalhando que podia pôr uma faixinha [do mesmo tamanho permitido para o
anúncio]", diz Regina Monteiro, presidente da CPPU (Comissão de Proteção da Paisagem Urbana) da prefeitura e
mentora da Lei Cidade Limpa.
Segundo o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, cerca de 50%
das lojas já estão com as novas
fachadas prontas. Ele acredita
que, até abril de 2008, a transição termine completamente.
Para conferir o resultado do
famoso jeitinho brasileiro para
se adaptar à lei, basta percorrer
ruas de comércio da cidade, como a 25 de Março e a Augusta
(região central), que estão
cheias de "faixinhas".
Há duas semanas, a Alpha
Car Service, loja da rua Augusta
de serviços elétricos automotivos da Bosch Service, exibe
uma faixa com o seu nome, telefone, o logotipo da Bosch e a
seguinte frase: "Estamos nos
adequando a Nova Lei "Cidade
Limpa" [sic]". Placa semelhante
pode ser vista na fachada da
SBS Peças e Serviços, outra
unidade da Bosch Service, em
Perdizes (zona oeste).
O dono da Alpha Car, Giácomo Vittoruzzo Biondo, conta
que a faixa foi feita pela Bosch
para todas as unidades de São
Paulo. Segundo ele, a multinacional aguarda consulta feita à
prefeitura para instalar um novo anúncio, que deve custar de
R$ 5.000 a R$ 6.000.
Outra rede que ainda não
completou a transição das fachadas é a Drogaria Onofre. A
loja da av. Henrique Schaumann (zona oeste), por exemplo, aguarda um anúncio novo.
Na Matsumoto, que vende
lembrancinhas e artigos de festa, entre outros produtos, na
região da 25 de Março, as faixas
com o nome do local ficaram do
lado de dentro, logo abaixo de
onde ficava o enorme letreiro,
retirado no fim de março -prazo-limite para que os anúncios
se adequassem à nova lei.
O dono, Waldir Bertoni, estima o gasto com a mudança da
fachada (são duas, já que a loja é
de esquina e bem grande) em
R$ 100 mil. Ele diz que a placa
nova deve chegar só na próxima
semana. Enquanto isso, ele usa
as "faixinhas".
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