Prática consiste em salto de pára-quedas a partir de um ponto fixo; equipamento do rapaz não abriu

SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um instalador de máquinas de 33 anos morreu na noite de anteontem, em Encantado (141 km de Porto Alegre), após saltar, de base jump, de uma altura de 60 metros.
O equipamento de Marcelo Dutra não abriu e ele morreu na hora. Teve hemorragia interna e o pescoço e a caixa torácica quebrados.
O base jump é uma espécie de salto de pára-quedas em que se pula de um ponto fixo, sem necessidade de vôo de avião ou helicóptero. O nome da modalidade é uma sigla, em inglês, para os quatro locais de onde os praticantes podem saltar: buildings, antennas, spans e earth, ou seja, prédios, antenas, pontes e montanhas.
Dutra era instrutor de rafting (descida em corredeiras com botes infláveis) e praticante de alpinismo. Já havia saltado dezenas de vezes de pára-quedas e pelo menos 30 vezes de base jump, modalidade que praticava havia um ano. Ele também fazia vôo livre.
Segundo o sargento do Corpo de Bombeiros Valdir de Oliveira, Dutra estava com amigos em um morro onde há antenas de telefonia celular. O local onde ocorreu o acidente é uma propriedade privada e há cerca de um mês começou a ser utilizado, irregularmente, para a prática de saltos.
Tadeu Janoski, 38, amigo de Dutra, disse que ele estava acostumado a praticar esportes de aventura e que não acredita em imprudência, mas em falha no equipamento. "Ele tinha prática, foi um triste acidente."
O corpo de Dutra foi enterrado ontem, às 16h, em Encantado, sua cidade natal.
A Polícia Civil investiga o caso. A delegada Elisabete Barreto Müller afirmou que a queda foi filmada por um amigo de Dutra. A fita será analisada pela polícia para verificar se houve falha no equipamento ou imperícia de Dutra.
A região do Vale do Taquari, onde fica Encantado, é conhecida por sediar competições de parapente e de vôo livre.


Texto Anterior: Bala perdida atinge nono andar de prédio
Próximo Texto: Tráfico controla estações de trem
Índice