São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2007

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Feirante afirma ter visto até arma antiaérea

DA SUCURSAL DO RIO

Usuário de ramais das linhas férreas do Rio de Janeiro, Pedro (nome fictício), 18, afirma que já viu até mesmo uma arma antiaérea em uma passarela localizada sobre a linha férrea. Ele trabalha como feirante na zona sul e cursa o 3º ano do ensino médio. Morador do bairro de Senador Camará, zona oeste da cidade, ele usa os trens do ramal Santa Cruz/ Central do Brasil com alguma freqüência.
"No início do ano, em uma das passarelas entre as estações de Senador Camará e Santíssimo, vi uma metralhadora ponto 30, com tripé, montada no meio da passarela. Quatro homens armados estavam localizados junto da arma. As pessoas passavam pelo local normalmente. Por lá [zona oeste] é assim mesmo", afirmou.
Ainda de acordo com ele, o fuzil é outra arma bastante fácil de ser vista nas linhas férreas que cruzam a região.

Fuzis
"Eles [criminosos] transitam com fuzis pela linha do trem tranqüilamente. De dia e à noite. Vejo sempre nos trechos entre Camará [Senador] e Santíssimo.Também já vi pessoas usando drogas nas partes de muros que ainda estão de pé, nessa mesma região.Quando o trem pára na sinalização, dá para ver claramente o uso das drogas e as armas", disse.
Os buracos abertos pelo tráfico nos muros das linhas de trem, usados como rota de fuga por criminosos, é outra constatação do feirante.
"Existem vários em Senador Camará, Santíssimo, Inhoaíba e Bangu. Em um trecho entre as estações de Senador Camará e Santíssimo, não existe nem sequer um muro. A circulação dos bandidos é totalmente livre", afirmou. "Os buracos são feitos para eles fugirem."
Há cerca de três meses, em razão de um tiroteio entre a Polícia Militar e traficantes na estação de Senador Camará, o tráfego ficou interrompido por cerca de meia hora, segundo relatou o feirante.

Tiros
"Isso aconteceu por volta das 18h. A composição em que eu estava parou na plataforma de Bangu por causa dos tiros. Com receio de ser atingido e com pressa, depois desse tempo, desci do trem e peguei correndo um ônibus pra casa", afirmou o feirante à Folha.


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