São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2008

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Crescimento rápido afetou Cabo Frio, diz secretário

Impossibilidade de contratar professor com royalties também atrapalhou, diz Paulo Massa

Secretário da Educação diz que recebe muitos alunos da Baixada Fluminense que chegam para estudar na cidade com defasagem

DO ENVIADO ESPECIAL A CABO FRIO

O crescimento acelerado da cidade e a impossibilidade de contratar professores com recursos dos royalties foram as justificativas dadas pelo secretário da Educação de Cabo Frio, Paulo Massa, para explicar por que a cidade não avançou o que se esperava no Ideb.
Massa argumenta que os resultados das escolas municipais são melhores que os das estaduais -o que é comprovado pelos dados do Ideb- e que os resultados em educação, especialmente os investimentos em creches e pré-escolas, demoram a aparecer.
O crescimento de Cabo Frio não foi tão grande, proporcionalmente, quanto o de Rio da Ostras, mas a cidade foi das que mais ganharam população no Rio entre os anos de 2000 e 2007, tendo passado de 127 mil habitantes para 162 mil, uma variação de 28%.
"Recebemos muitos alunos da Baixada Fluminense que chegam com defasagem. Eu, ao contrário de uma escola particular, não posso chegar para o pai no meio do ano e dizer que não vou aceitar aquela criança. Por ano, são 3.000 novas matrículas", diz o secretário.
Massa não soube precisar quanto do seu orçamento vem de royalties, mas estima que mais da metade dos cerca de R$ 80 milhões se origina dessa fonte adicional.
"Quando assumi a secretaria, o orçamento era de R$ 32 milhões. Hoje, é de quase R$ 90 milhões. Antes, o maior orçamento era da Secretaria de Obras. Hoje, é o da Educação", afirmou ele.
Como Rio das Ostras, o município de Cabo Frio tem suas escolas consideradas modelo -como a Antônio da Cunha Azevedo, onde a diretora, Elizabeth Leal, conta com uma ativa associação de pais. A escola obteve 5,5 pontos no Ideb.
Nas escolas de pior desempenho, no entanto, é visível a baixa eficiência dos diretores, o que impacta nos resultados.

Visita
A reportagem da Folha, na companhia do secretário, visitou as escolas Vereador Leaquim Schuindt e Evaldo Sales. Em nenhuma delas os diretores estavam presentes durante o horário de aula.
As escolas com baixo desempenho, no entanto, ficam em bairros mais pobres -algumas próximas de áreas invadidas- e têm que enfrentar, além dos problemas pedagógicos, situações de violência e de tráfico em seus arredores.


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