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Crescimento rápido afetou Cabo Frio, diz secretário
Impossibilidade de contratar professor com royalties também atrapalhou, diz Paulo Massa
Secretário da Educação diz que recebe muitos alunos da Baixada Fluminense que chegam para estudar na cidade com defasagem
DO ENVIADO ESPECIAL A CABO FRIO
O crescimento acelerado da
cidade e a impossibilidade de
contratar professores com recursos dos royalties foram as
justificativas dadas pelo secretário da Educação de Cabo
Frio, Paulo Massa, para explicar por que a cidade não avançou o que se esperava no Ideb.
Massa argumenta que os resultados das escolas municipais são melhores que os das
estaduais -o que é comprovado pelos dados do Ideb- e que
os resultados em educação, especialmente os investimentos
em creches e pré-escolas, demoram a aparecer.
O crescimento de Cabo Frio
não foi tão grande, proporcionalmente, quanto o de Rio da
Ostras, mas a cidade foi das que
mais ganharam população no
Rio entre os anos de 2000 e
2007, tendo passado de 127 mil
habitantes para 162 mil, uma
variação de 28%.
"Recebemos muitos alunos
da Baixada Fluminense que
chegam com defasagem. Eu, ao
contrário de uma escola particular, não posso chegar para o
pai no meio do ano e dizer que
não vou aceitar aquela criança.
Por ano, são 3.000 novas matrículas", diz o secretário.
Massa não soube precisar
quanto do seu orçamento vem
de royalties, mas estima que
mais da metade dos cerca de
R$ 80 milhões se origina dessa
fonte adicional.
"Quando assumi a secretaria,
o orçamento era de R$ 32 milhões. Hoje, é de quase R$ 90
milhões. Antes, o maior orçamento era da Secretaria de
Obras. Hoje, é o da Educação",
afirmou ele.
Como Rio das Ostras, o município de Cabo Frio tem suas
escolas consideradas modelo
-como a Antônio da Cunha
Azevedo, onde a diretora, Elizabeth Leal, conta com uma
ativa associação de pais. A escola obteve 5,5 pontos no Ideb.
Nas escolas de pior desempenho, no entanto, é visível a baixa eficiência dos diretores, o
que impacta nos resultados.
Visita
A reportagem da Folha, na
companhia do secretário, visitou as escolas Vereador Leaquim Schuindt e Evaldo Sales.
Em nenhuma delas os diretores estavam presentes durante
o horário de aula.
As escolas com baixo desempenho, no entanto, ficam em
bairros mais pobres -algumas
próximas de áreas invadidas-
e têm que enfrentar, além dos
problemas pedagógicos, situações de violência e de tráfico
em seus arredores.
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