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Adeílson Nascimento (camiseta) ergue barraco nos escombros da favela Nova Jaguaré, incendiada no final de semana

JOÃO WAINER
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO

Em meio aos escombros da favela Nova Jaguaré (zona oeste), incendiada no domingo, Ivo Bochal Gomes, 42, não perdeu tempo. Ao lado da mulher, Francisca Santos do Nascimento, 46, e alguns dos filhos, ele começou ontem de manhã a reerguer o barraco da família.
O casal morava com oito filhos e dois netos na favela e se recusou a ir para o abrigo da prefeitura. "Falaram que lá só pode dormir e comer, e tem que passar o dia na rua. Como, com dez crianças?"
Na obra, a família conta com a ajuda do filho mais velho de Francisca, Adeílson Silva do Nascimento, 24. "Ajudei a erguer o primeiro barraco da favela em 2005."
Ivo disse não ter medo de o novo barraco ser demolido pela prefeitura. "Se vierem derrubar os barracos, faremos outro, e, se eles derrubarem de novo, eu venho e reconstruo. Não vou para a rua com a mulher e dez crianças", argumentava para assistentes sociais que tentavam em vão demovê-lo da ideia.
Às 13h30, o barraco já tinha paredes, portas e janela. "Não temos telha pra cobrir, vamos ter que sair pra procurar, improvisar", diz Ivo.
No final da tarde, o novo barraco continuava em pé.


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