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ANÁLISE
Risco à sociedade se resolveria se normas fossem aplicadas
FERNANDO BARBOSA JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA
A disposição inadequada e
a falta de manejo adequado
de resíduos produzidos pelo
homem podem acarretar não
só danos ambientais mas
também riscos de exposição
a substâncias tóxicas.
O Brasil gera ao redor de
150 mil toneladas de resíduos
urbanos por dia. Estima-se
que os resíduos de serviços
de saúde representem de 1%
a 3% desse volume.
O simples contato com
uma lâmpada fluorescente
ou com um termômetro, após
a quebra, pode levar à inalação de vapor de mercúrio
proveniente do material e,
mesmo em baixas quantidades, causar danos à saúde.
Se a inalação ocorrer com
elevadas quantidades, ela
pode ser fatal. Crianças são
muito mais suscetíveis aos
efeitos tóxicos que adultos.
A exposição ao vapor de
mercúrio é nociva à saúde
tanto em situações de exposição aguda (curto prazo)
quanto crônica (longo prazo). Em geral, o sistema nervoso é um dos mais afetados.
Essa situação de risco à sociedade poderia ser resolvida
caso fosse corretamente aplicada a legislação do país. Ela
estabelece que a segregação,
o tratamento, o acondicionamento e o transporte adequado dos resíduos são de responsabilidade da unidade de
saúde onde foram gerados.
Os órgãos estaduais e municipais de ambiente são responsáveis pelo licenciamento ambiental dos empreendimentos de tratamento e disposição final de resíduos. Cabe a eles também fiscalizar.
Segundo o Ministério da
Saúde, 63% dos municípios
do país têm coleta de resíduos de serviços de saúde.
Dessas cidades, só 18% utilizam algum tipo de tecnologia de tratamento, enquanto
36% queimam o material a
céu aberto e quase 35% não
adotam nenhum tratamento.
FERNANDO BARBOSA JR. é professor de
toxicologia da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP
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