São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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ANÁLISE

Risco à sociedade se resolveria se normas fossem aplicadas

FERNANDO BARBOSA JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA

A disposição inadequada e a falta de manejo adequado de resíduos produzidos pelo homem podem acarretar não só danos ambientais mas também riscos de exposição a substâncias tóxicas.
O Brasil gera ao redor de 150 mil toneladas de resíduos urbanos por dia. Estima-se que os resíduos de serviços de saúde representem de 1% a 3% desse volume.
O simples contato com uma lâmpada fluorescente ou com um termômetro, após a quebra, pode levar à inalação de vapor de mercúrio proveniente do material e, mesmo em baixas quantidades, causar danos à saúde.
Se a inalação ocorrer com elevadas quantidades, ela pode ser fatal. Crianças são muito mais suscetíveis aos efeitos tóxicos que adultos.
A exposição ao vapor de mercúrio é nociva à saúde tanto em situações de exposição aguda (curto prazo) quanto crônica (longo prazo). Em geral, o sistema nervoso é um dos mais afetados. Essa situação de risco à sociedade poderia ser resolvida caso fosse corretamente aplicada a legislação do país. Ela estabelece que a segregação, o tratamento, o acondicionamento e o transporte adequado dos resíduos são de responsabilidade da unidade de saúde onde foram gerados.
Os órgãos estaduais e municipais de ambiente são responsáveis pelo licenciamento ambiental dos empreendimentos de tratamento e disposição final de resíduos. Cabe a eles também fiscalizar.
Segundo o Ministério da Saúde, 63% dos municípios do país têm coleta de resíduos de serviços de saúde. Dessas cidades, só 18% utilizam algum tipo de tecnologia de tratamento, enquanto 36% queimam o material a céu aberto e quase 35% não adotam nenhum tratamento.


FERNANDO BARBOSA JR. é professor de toxicologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP


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