São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2004

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VIA-CRÚCIS

Irmãs foram agredidas durante madrugada em posto de Juqueí

Vítima faz registro após 14 horas

DO ENVIADO A SÃO SEBASTIÃO

Vítimas de agressão, três mulheres chegaram na tarde de ontem à fila de atendimento do 2º DP de Boiçucanga. As irmãs Lenita, 22, e Lenice Isabel de Lima, 18, e sua amiga Larissa Cristina de Souza, 15, no entanto, encontraram a porta fechada. Elas tiveram que esperar 14 horas depois que foram atacadas até conseguirem registrar um boletim de ocorrência (BO), por volta das 15h30 de ontem.
"Eu fui agredida com um tapa no rosto à 1h, em um posto de gasolina em Juqueí", afirmou Lenice. Ela contou que ligou de um orelhão quatro vezes para a PM, mas a ligação caía na central de operações da PM na cidade de Pindamonhangaba.
"A atendente não conhecia Juqueí. Achava que eu estava falando sobre o Juqueri (clínica psiquiátrica)", disse. Segundo Lenice, elas andaram durante 15 minutos até encontrarem dois policiais ambientais. Um deles ligou para a PM, que demorou cerca de 40 minutos para chegar.
"Os policiais me informaram que eu só poderia registrar o caso no 2º DP, em Boiçucanga, porque a delegacia de Juqueí estava fechada", disse Lenita.
As três foram para Boiçucanga, mas o policial de plantão não estava lá no período da manhã. Elas permaneceram na região e só à tarde foram atendidas.
Logo em seguida, o técnico de trânsito da CET Sydnei de Carvalho, 37, chegou à delegacia, sem carteira, sem relógio e sem o par de tênis. Às 10h de ontem ele estava em Juqueí junto com o irmão e duas amigas quando foi assaltado por um adolescente de cerca de 15 anos, que estava armado com um revólver.
"Eu liguei para a PM logo após o roubo e eles demoraram 45 minutos para chegar. Eu fui à delegacia às 11h30, mas o policial havia saído para almoçar. Estou voltando agora", disse Carvalho.
O investigador de plantão, que preferiu não se identificar, contou que iniciou o seu turno de trabalho às 9h de ontem e só sairia às 9h de hoje. "Eu não posso sair da delegacia em momento nenhum. Até mesmo para comprar alimentação, tenho que pedir para amigos", disse.
Ele contou também que fica sozinho nos plantões, sem a presença do delegado, do escrivão e até mesmo da viatura policial, que nos finais de semana e feriados ficam no centro de São Sebastião, a 34 km. Caso aconteça alguma emergência, como o registro de um flagrante, a ocorrência é transferida para a delegacia seccional de São Sebastião.


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