São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2004

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OUTRO LADO

"Não se faz um policial de uma hora para outra", diz delegado

DO ENVIADO A SÃO SEBASTIÃO

O diretor do Deinter-1 (Departamento de Polícia do Interior), delegado Claudinê Pascoetto, admitiu que a Polícia Civil da região de São Sebastião, no litoral norte, assim como em outras cidades, enfrenta problemas com a falta de efetivo para trabalhar nas delegacias. Segundo ele, com a reforma da Previdência Social muitos policiais se aposentaram prematuramente com receio de perder os benefícios da carreira.
"Isso ocorreu em todas as áreas, como na magistratura, no Ministério Público, na educação. Estamos recompondo o efetivo policial. É fácil comprar uma viatura ou um determinado equipamento, mas não se faz um policial de uma hora para outra", disse.
"Temos 180 delegados na Academia de Polícia que devem estar à disposição em fevereiro. Seria muito mais fácil, em vez de ficar seis meses na academia, ficar três e sair para trabalhar. Mas não queremos isso. Queremos policiais preparados. O mesmo acontece com investigadores, escrivães e carcereiros. O problema é que muitos não são qualificados e não podemos colocar qualquer um para ficar 30 anos na corporação", completou Pascoetto.
O delegado do Deinter-1 informou também que o 4º DP, em Juqueí, ainda não existe oficialmente. "Ele foi criado no papel, mas ainda não foi instalado", afirmou. Questionado, então, por que um escrivão trabalha lá durante a semana, ele disse que "foi feito um acerto para colocar um policial para que ele tomasse conhecimento das ocorrências".
"Na verdade, aquela área pertence ao 2º DP de Boiçucanga, onde há uma estrutura, com delegado, escrivães", declarou Pascoetto à reportagem.
O reforço policial, previsto para chegar ao litoral norte em 15 de dezembro, foi antecipado para a próxima semana, de acordo com Pascoetto. Ele informou que ainda será feito um planejamento operacional e a escala dos policiais, que contarão com apoio inclusive de helicópteros para fazer as investigações.


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