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Viaduto soltou "pó", diz uma das vítimas
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
"Eu vi quando a ponte
começou a desabar. A única coisa que pensei foi: vai
cair em cima de mim, morri", contou a bancária Luana Augusto Coradi, 21,
uma das três vítimas, todas sobreviventes, da queda de vigas do Rodoanel,
na noite de anteontem.
Segundos antes de ter
seu carro atingido, Luana
afirma ter visto o viaduto
ceder e soltar um "pó". Segundo ela, o caminhão foi
o primeiro a ser engolido
pelo concreto. Depois, outro veículo. "Bati nesse
carro da frente, capotei e
atingi uma pilastra. Saí pela janela, apavorada." Ela
ia para uma festa de aniversário em Osasco.
Luana foi tratada num
pronto-socorro no Embu e
num hospital em São Paulo e, poucas horas depois,
liberada. "Não tive nada.
Só tenho dores no corpo."
A segunda vítima foi o
metalúrgico Carlos Fernando Rangel, 38, que voltava do grêmio esportivo
da fábrica onde trabalha.
"Ele disse que ouviu um
estrondo, tentou acelerar,
mas não conseguiu escapar. Ficou preso nas ferragens", contou o irmão,
Paulo Roberto Rangel.
Ontem, em Itapecerica
da Serra, Carlos passou
por uma cirurgia no pulso
e foi transferido para um
hospital de São Paulo. "O
carro ficou destruído. Só o
lado do motorista foi protegido. Ele diz que foi a
mão de Deus que o salvou", contou.
O caminhoneiro Reginaldo Pereira, 40, foi a terceira vítima. Ele saltou do
caminhão para se salvar.
Passou o dia sob observação médica em Taboão da
Serra. Seu estado de saúde
era tido como bom.
Outros acidentes
A queda das vigas provocou dois acidentes -um
com morte-, em razão do
engarrafamento na estrada. Por volta de 0h30, um
Fiesta com duas pessoas
bateu na traseira de um
ônibus que estava com os
faróis apagados e preso no
congestionamento. As
duas pessoas foram operadas em Itapecerica e não
corriam risco de morte.
Às 2h30, a três quilômetros de onde as vigas haviam caído, uma Ecosport
bateu num caminhão parado na rodovia. Das três
pessoas que viajavam,
uma morreu -um argentino de 32 anos que vivia
em São Paulo. Os outros
dois foram hospitalizados
em Itapecerica e ontem
seguiam em observação.
(AFONSO BENITES, FLÁVIA MARTINS Y MIGUEL E RICARDO WESTIN)
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