São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

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Viaduto soltou "pó", diz uma das vítimas

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

"Eu vi quando a ponte começou a desabar. A única coisa que pensei foi: vai cair em cima de mim, morri", contou a bancária Luana Augusto Coradi, 21, uma das três vítimas, todas sobreviventes, da queda de vigas do Rodoanel, na noite de anteontem.
Segundos antes de ter seu carro atingido, Luana afirma ter visto o viaduto ceder e soltar um "pó". Segundo ela, o caminhão foi o primeiro a ser engolido pelo concreto. Depois, outro veículo. "Bati nesse carro da frente, capotei e atingi uma pilastra. Saí pela janela, apavorada." Ela ia para uma festa de aniversário em Osasco.
Luana foi tratada num pronto-socorro no Embu e num hospital em São Paulo e, poucas horas depois, liberada. "Não tive nada. Só tenho dores no corpo."
A segunda vítima foi o metalúrgico Carlos Fernando Rangel, 38, que voltava do grêmio esportivo da fábrica onde trabalha. "Ele disse que ouviu um estrondo, tentou acelerar, mas não conseguiu escapar. Ficou preso nas ferragens", contou o irmão, Paulo Roberto Rangel.
Ontem, em Itapecerica da Serra, Carlos passou por uma cirurgia no pulso e foi transferido para um hospital de São Paulo. "O carro ficou destruído. Só o lado do motorista foi protegido. Ele diz que foi a mão de Deus que o salvou", contou.
O caminhoneiro Reginaldo Pereira, 40, foi a terceira vítima. Ele saltou do caminhão para se salvar. Passou o dia sob observação médica em Taboão da Serra. Seu estado de saúde era tido como bom.

Outros acidentes
A queda das vigas provocou dois acidentes -um com morte-, em razão do engarrafamento na estrada. Por volta de 0h30, um Fiesta com duas pessoas bateu na traseira de um ônibus que estava com os faróis apagados e preso no congestionamento. As duas pessoas foram operadas em Itapecerica e não corriam risco de morte.
Às 2h30, a três quilômetros de onde as vigas haviam caído, uma Ecosport bateu num caminhão parado na rodovia. Das três pessoas que viajavam, uma morreu -um argentino de 32 anos que vivia em São Paulo. Os outros dois foram hospitalizados em Itapecerica e ontem seguiam em observação. (AFONSO BENITES, FLÁVIA MARTINS Y MIGUEL E RICARDO WESTIN)


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