São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

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Morte violenta de jovens no Sudeste crescerá mais entre homens

Pesquisa do IBGE mostra que, em 2030, a mortalidade masculina por causas externas na faixa de 15 a 19 anos será mais de 5 vezes maior que a feminina

DA SUCURSAL DO RIO

O crescimento das mortes de jovens do sexo masculino em razão da violência deve se tornar uma tendência para o futuro, especialmente no Sudeste, mostra a pesquisa "Indicadores Sociodemográficos - Prospectivos para o Brasil 1991 -2030", divulgada ontem pelo IBGE. Segundo o levantamento, a mortalidade masculina nesta região deverá superar marcas acima de cinco vezes a mortalidade feminina até 2030.
O Sudeste apresenta atualmente um nível elevado de mortes de jovens por causas externas, acidentes de trânsito e homicídios, entre outros. Em São Paulo, para cada morte de mulher na faixa de 15 a 19 anos em 2030 são esperadas mortes de 6,10 homens na mesma faixa etária. "A redução das mortes por causas externas, afetando majoritariamente jovens do sexo masculino, deve ser tratada como um desafio prioritário para o país, pois já extrapolou os limites da área da segurança, apresentando-se como um grave problema social e de saúde pública", afirma a pesquisa.
O gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica, Juarez de Castro Oliveira, destaca que o crescimento de casos ligados a violência resultará em maiores gastos do poder público. O número de jovens do sexo masculino mortos por causas externas afeta também a expectativa de vida da população.
"Os aumentos nas esperanças de vida ao nascer da população residente em Estados como Rio e São Paulo poderiam ter sido mais animadores, se não fosse a incidência de elevadas taxas de mortalidade por causas externas sobre o segmento populacional composto por jovens e adultos jovens do sexo masculino", diz o texto.
A pesquisa constata que apesar da perspectiva de melhora dos indicadores sociais no país, a distância entre as regiões deverá permanecer. Norte e Nordeste continuarão na lanterna dos indicadores sociais. Enquanto a esperança de vida no Distrito Federal chegou a 75 anos em 2005, Alagoas precisará de mais 24 anos para alcançar esse patamar.
As diferenças não se restringem à esperança de vida. No Rio Grande do Sul, a taxa de mortalidade infantil chegou a 15 óbitos a cada mil nascidos vivos em 2003. Alagoas só alcançará esse índice em 2036. O Brasil, em 2021.


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