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Morte violenta de jovens no Sudeste crescerá mais entre homens
Pesquisa do IBGE mostra que, em 2030, a mortalidade masculina por causas externas na faixa de 15 a 19 anos será mais de 5 vezes maior que a feminina
DA SUCURSAL DO RIO
O crescimento das mortes de
jovens do sexo masculino em
razão da violência deve se tornar uma tendência para o futuro, especialmente no Sudeste,
mostra a pesquisa "Indicadores
Sociodemográficos - Prospectivos para o Brasil 1991 -2030",
divulgada ontem pelo IBGE.
Segundo o levantamento, a
mortalidade masculina nesta
região deverá superar marcas
acima de cinco vezes a mortalidade feminina até 2030.
O Sudeste apresenta atualmente um nível elevado de
mortes de jovens por causas externas, acidentes de trânsito e
homicídios, entre outros. Em
São Paulo, para cada morte de
mulher na faixa de 15 a 19 anos
em 2030 são esperadas mortes
de 6,10 homens na mesma faixa
etária. "A redução das mortes
por causas externas, afetando
majoritariamente jovens do sexo masculino, deve ser tratada
como um desafio prioritário
para o país, pois já extrapolou
os limites da área da segurança,
apresentando-se como um grave problema social e de saúde
pública", afirma a pesquisa.
O gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica,
Juarez de Castro Oliveira, destaca que o crescimento de casos
ligados a violência resultará em
maiores gastos do poder público. O número de jovens do sexo
masculino mortos por causas
externas afeta também a expectativa de vida da população.
"Os aumentos nas esperanças de vida ao nascer da população residente em Estados como
Rio e São Paulo poderiam ter
sido mais animadores, se não
fosse a incidência de elevadas
taxas de mortalidade por causas externas sobre o segmento
populacional composto por jovens e adultos jovens do sexo
masculino", diz o texto.
A pesquisa constata que apesar da perspectiva de melhora
dos indicadores sociais no país,
a distância entre as regiões deverá permanecer. Norte e Nordeste continuarão na lanterna
dos indicadores sociais. Enquanto a esperança de vida no
Distrito Federal chegou a 75
anos em 2005, Alagoas precisará de mais 24 anos para alcançar esse patamar.
As diferenças não se restringem à esperança de vida. No
Rio Grande do Sul, a taxa de
mortalidade infantil chegou a
15 óbitos a cada mil nascidos vivos em 2003. Alagoas só alcançará esse índice em 2036. O
Brasil, em 2021.
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