DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara Municipal aprovou ontem em votação final o pagamento de um abono de R$ 885 para os 3.200 servidores da Casa, incluindo ativos, inativos, pensionistas e comissionados.
O adicional, a ser depositado ainda neste mês, é igual para todos, independentemente do cargo ou do salário. A proposta custará cerca de R$ 3 milhões.
A verba virá do excedente do Orçamento da Câmara, que, por lei, deve ser devolvido aos cofres públicos. Em 2008, a sobra foi de R$ 10,7 milhões.
O projeto inicial previa que o valor do benefício chegasse ao salário integral de cada funcionário, criando uma espécie de 14º salário, a um custo total de R$ 19,6 milhões.
Temendo desgaste, os vereadores optaram por aprovar a proposta de Cláudio Fonseca (PPS), pela qual o valor do benefício deveria ser equivalente ao segundo menor patamar salarial da Casa.

Salário de Kassab
Apesar de aprovarem um ganho extra aos servidores, os vereadores deixaram para o ano que vem a votação do projeto polêmico que prevê aumento do salário do prefeito Gilberto Kassab (DEM) e de seus quase 30 secretários.
Pela proposta inicial, o rendimento do prefeito passaria de R$ 12 mil para R$ 23 mil. Já o dos secretários, de R$ 5.300 para R$ 19,7 mil.
A bancada do PSDB, a maior da Casa, evitou novamente que o projeto fosse discutido em plenário.
"Nossa restrição não é nem em relação aos valores, mas ao argumento", disse o líder do partido, Carlos Alberto Bezerra. Segundo ele, a obstrução não é sinal de indisposição do partido com Kassab. "O próprio prefeito deixou claro que esse aumento não é prioritário", afirmou Bezerra.

Tucanos
Os novos salários são a segunda proposta de interesse do Executivo que os tucanos barram na última semana -a discussão do Plano Diretor também foi adiada para o ano que vem após restrições feitas pelo partido.
Segundo políticos ligados à base governista, o PSDB tem se comportado como oposição ao mesmo tempo em que integra a base aliada.
De acordo com vereadores, o intuito dos tucanos é evitar mais um desgaste com sua base eleitoral, nos moldes do que ocorreu com a aprovação do aumento do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), e pleitear mais cargos na atual administração, o que o PSDB nega.


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