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Em Fortaleza, igreja gay se torna alvo de ataques
Cerca de 60 religiosos frequentam o local; maioria é gay, lésbica e travesti
Polícia Civil investiga
o caso; as agressões começaram em agosto, quando comunidade foi atingida por pedradas
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO
Uma igreja evangélica que
defende a inclusão de homossexuais e cujos fiéis são
na maioria gays virou alvo de
ataques em Fortaleza.
A Comunidade Cristã Nova Esperança foi pichada
com os dizeres "Morte aos
gay e sapatão (sic)", "Igreja
gay filosofia do diabo", "Fora
bando de gays" e "Homofobia não é crime".
A presidente da igreja na
cidade, Sara Cavalcante,
relatou que pessoas que passam na rua jogam pedras no
local e ameaçam incendiar
o imóvel.
De acordo com ela, as
agressões começaram com
as pedradas, no último mês
de agosto. Depois disso,
os cadeados da igreja foram
danificados.
Já as pichações começaram em outubro e se intensificaram no mês passado.
Neste mês, até urina, diz Sara, já foi jogada pela porta da
comunidade.
A igreja, que fica no bairro
Nova América, não tem placas ou nome na porta, de
acordo com a líder, justamente para evitar exposição.
As pichações mais ofensivas escritas nas paredes da
igreja cearense foram cobertas com tinta.
"Somos uma igreja evangélica pentecostal, só que
o diferencial é que nas outras
igrejas os homossexuais têm
certa dificuldade de desenvolver sua área espiritual."
DIVERSIDADE
Sara diz que sua igreja
abre as portas para abraçar a
diversidade. "Cremos que a
salvação é para todos, que
Deus é um só e que todos têm
liberdade de culto", afirma.
A igreja, segundo Sara, está em Fortaleza há três anos e
nunca havia sofrido ataques
homofóbicos.
Ela afirma que cerca de 60
religiosos frequentam o local, a maior parte gays, lésbicas e travestis.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil está investigando o caso. Até ontem, os
autores das agressões não
haviam sido identificados.
Segundo Felipe Lopes, da
Coordenadoria de Diversidade Sexual da Secretaria Municipal de Direitos Humanos
de Fortaleza, será feito um
trabalho educativo com os
moradores do bairro e de
uma igreja metodista que fica
na mesma rua.
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