São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cheia atinge 2.000 pessoas em Sumaré

LUCIANO CALAFIORI
free-lance para a Folha Campinas

A segunda enchente em nove dias do ribeirão Quilombo, em Sumaré (130 km de São Paulo) atingiu 2.000 pessoas ontem. As famílias atingidas estão distribuídas em nove bairros da cidade.
Um grupo de 170 pessoas foi alojado no ginásio do Centro Esportivo Municipal, metade delas é formada por crianças, segundo levantamento do Debes (Departamento de Bem-estar Social).
Cerca de cem famílias na região de Ribeirão Preto já foram desabrigadas pela cheia do rio Mogi Guaçu nos últimos dois dias.
O nível do rio subiu esta semana e pessoas que moram em ranchos estão com as casas inundadas. Os municípios mais atingidos são Barrinha, Pitangueiras, Guatapará e Pradópolis.
Só no município de Barrinha, cerca de 60 ranchos já foram atingidos pela água. A prefeitura está retirando as famílias de barco.
A maior parte dos desabrigados está indo para casas de familiares e amigos. Três famílias estão alojadas em um ginásio municipal de esportes da cidade.
Em Pitangueiras, cerca de 200 pessoas do bairro Vale do Mogi, próximo à antiga estação da Fepasa, estão isoladas da cidade.
O município de Sumaré está em estado de calamidade pública desde a manhã do dia 7, quando ocorreu a primeira enchente do ano.
A enchente do ribeirão Quilombo começou à 1h de ontem e obrigou os moradores do Jardim São Domingos (região central) a deixar suas casas em barcos utilizados pelo Corpo de Bombeiros.
Pela manhã, os moradores que se arriscaram a cruzar a rua principal do bairro foram atingidos por água na altura do pescoço.
A dona-de-casa Linalva Ribeiro da Silva, 35, colocou seu televisor e sua geladeira em cima da cama, tipo beliche, mas, mesmo assim, a água molhou tudo. "Dentro de casa, a água estava no pescoço. Tudo que compramos em um ano perdemos em um dia", afirmou.
Os seus quatro filhos estão nas casas de amigos e parentes.
A enchente no Quilombo obrigou o DAE (Departamento de Água e Esgoto) a interromper por seis horas a captação de água no rio Atibaia. Até as 17h, nenhum bairro havia ficado sem abastecimento de água potável.
Segundo a diretoria do DAE, se os moradores não economizarem água, deve haver falta em locais mais altos da cidade.
A cheia no Quilombo obrigou o DOV (Departamento de Obras e Viação) a interditar uma das pontes de acesso à região central de Sumaré.
Durante todo o dia, foram registrados pelo menos dois quilômetros de trânsito lento nas ruas próximas ao local.


Colaborou a Folha Ribeirão



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.