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EFEITO VIOXX
Conselho avaliará riscos; medida chega após problemas com antiinflamatórios aprovados pela agência reguladora
EUA vão investigar remédios já à venda
DE NOVA YORK
A FDA, agência federal americana que regula os setores de alimentos e medicamentos, anunciou ontem a criação de um conselho especial para avaliar os riscos de remédios que já estão no
mercado. A medida chega após
problemas com antiinflamatórios
que, embora aprovados pela
agência, trazem riscos graves à
saúde, como Vioxx e Celebra.
Estudos divulgados nos últimos
meses mostraram que o uso prolongado dos dois medicamentos
para artrite, receitados a milhões
de pessoas no mundo todo, elevava o risco de problemas cardiovasculares. O Vioxx foi retirado
do mercado por decisão da fabricante, a Merck, enquanto a Pfizer
manteve seu Celebra nas prateleiras até concluir novos estudos.
No debate que se seguiu às revelações, a principal questão foi a
política de aprovação da FDA,
que permitem chegar ao mercado
remédios mais nocivos do que benéficos. Figuras reputadas acusaram a agência de ter laços excessivamente estreitos com a indústria
farmacêutica, que por sua vez teria no lucro sua prioridade.
A decisão de criar o conselho
para monitorar remédios já à venda foi anunciada em uma reunião
aberta de funcionários da FDA,
iniciada ontem e que segue até
amanhã. O secretário da Saúde e
dos Serviços Humanos, Mike Levitt, disse ter ficado "claro" que a
população "quer mais supervisão
e abertura" da FDA. "Eles querem
saber o que sabemos, o que fazemos com as informações e por
que o fazemos", afirmou Levitt,
prometendo "criar uma cultura
de abertura e fortalecer a independência" da agência.
O novo conselho recomendará
informações para divulgação no
boletim sobre medicamentos da
agência, arbitrará questões de segurança de medicamentos e supervisionará o desenvolvimento
de uma nova política de segurança para a liberação de remédios.
Entre seus membros, devem
constar funcionários atuais da
FDA e especialistas de outras
agências do governo. Especialistas de fora do governo serão consultores, e grupos de consumidores e pacientes também terão contato freqüente com o conselho.
Uma das primeiras medidas será a criação de uma página na internet constantemente atualizada
com informações sobre remédios,
sobretudo sobre efeitos colaterais
e como minimizá-los. O orçamento para o setor também deve
aumentar em até 25%, segundo
proposta do governo enviada ao
Congresso.
(LUCIANA COELHO)
Com agências internacionais
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