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Febem de R$ 2,7 mi está fechada há um ano
Unidade em Jacareí, no Vale do Paraíba, foi concluída em 2007; para funcionar, depende ainda de um acesso à via Dutra
Construção do acesso à Fundação Casa nem sequer começou; fundação e Prefeitura de Jacareí trocam acusações sobre atraso
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Concluída há um ano pelo
governo de São Paulo ao custo
de R$ 2,7 milhões, a unidade da
Fundação Casa (ex-Febem) de
Jacareí, no Vale do Paraíba,
continua fechada à espera de
uma obra de acesso à via Dutra,
que fica a 20 metros do prédio.
A obra da nova unidade, iniciada em maio de 2006, deveria
ter terminado 150 dias depois,
mas também atrasou. Já o acesso à rodovia ainda nem começou a ser construído.
Na unidade, projetada para
56 jovens infratores, há agora
somente os seis seguranças
contratados pelo Estado para
impedir a depredação do local.
A unidade foi criada para
transferir para o Vale do Paraíba os cerca de 300 jovens da região e do litoral norte do Estado
que estão em outras cidades.
Há hoje somente uma unidade na região, em São José dos
Campos, cidade vizinha a Jacareí, que já está lotada.
A Fundação Casa -de responsabilidade da gestão José
Serra (PSDB)- não informou
ontem qual é a demanda de vagas no Estado, mas afirma que
não há superlotação nas novas
unidades, que serão menores
do que as antigas.
Além de Jacareí, a Fundação
Casa vai inaugurar novas unidades em Caraguatatuba (litoral norte), Lorena e Taubaté,
cada uma delas com 56 vagas.
O impasse para a construção
do acesso se arrasta desde dezembro de 2005, quando a gestão do prefeito Marco Aurélio
de Souza (PT) e o Estado firmaram um acordo para que a prefeitura construísse o acesso.
Porém, qualquer intervenção
ao longo da via Dutra necessita
de aval da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), e o projeto inicial da prefeitura foi reprovado.
Com o novo projeto, adaptado em razão das exigências da
agência nacional, os custos subiram de cerca de R$ 350 mil
para R$ 600 mil, e a prefeitura
não dispunha de dinheiro para
bancar toda a obra, segundo a
versão do secretário municipal
de Infra-Estrutura de Jacareí,
Hamilton Ribeiro Mota.
A presidente da Fundação
Casa, Berenice Gianella, acusa
a prefeitura de não ter cumprido o acordo. Já a prefeitura
afirma que se prontificou a pagar o primeiro projeto.
A Fundação Casa, por meio
de sua assessoria, afirmou que
já encaminhou um novo projeto para análise da ANTT. A obra
estará pronta em cerca de 45
dias após a finalização da licitação, segundo a assessoria.
A versão, no entanto, contradiz informação divulgada ontem pela assessoria da ANTT.
De acordo com a agência, o
projeto protocolado pela prefeitura foi aprovado em junho
de 2007, com prazo de um ano
para a conclusão da obra, conforme a deliberação 233/07.
A agência afirmou não haver
outro projeto em análise -que
teria sido protocolado pelo governo de São Paulo, como afirma a Fundação Casa.
Ruído
A Folha esteve no local na
última quinta-feira. O acesso à
parte externa do prédio é livre,
já que há somente uma cerca
de arame farpado, que caiu.
Dentro, há seguranças.
O terreno escolhido para a
unidade fica em um trevo a cerca de 5 km das principais entradas de Jacareí e é cercado
por mata densa -o alambrado
da Fundação Casa termina em
uma área pantanosa.
Ao lado da rodovia de maior
tráfego de caminhões do país, o
projeto da unidade teve que ser
modificado para a inclusão de
um muro anti-ruído com cerca
de 4 m de altura. Porém, o local
ainda é barulhento.
De acordo com a prefeitura,
o local foi considerado adequado por ter fácil acesso rodoviário, linhas de ônibus para funcionários e parentes dos jovens
infratores. E, segundo a prefeitura, foi a melhor área disponível encontrada.
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