DA REPORTAGEM LOCAL

Manchas brancas, opacas, sem limites, bilaterais, simétricas e que apareceram nos dentes na mesma época durante a infância podem ser sinal de fluorose, uma intoxicação por excesso de consumo de flúor.
Em casos extremos, o problema pode levar à perda de pedaços dos dentes.
A água fluoretada fornecida pelas redes de abastecimento, desde que esteja dentro dos padrões estabelecidos de fluoretação, não oferece risco. Mas o ideal é que haja apenas uma fonte da substância no dia a dia.
A intoxicação é associada com mais frequência à ingestão de pasta de dente fluoretada. Mas o flúor também está em remédios, suplementos e alguns alimentos, como o chá preto.
A dentista Tania Izabel Bighetti Forni, assistente da área técnica de saúde bucal da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, estudou as prevalências do problema encontradas em crianças de 5 a 12 anos em diversos estudos realizados pela Faculdade de Saúde Pública da USP em parceria com a secretaria estadual e dez secretarias municipais da Saúde.
Segundo Forni, hoje são mais comuns os casos leves de fluorose, que apenas causam manchas. Ela encontrou prevalências altas do problema, mas os dados são inconclusivos porque as amostras de pacientes avaliados em alguns municípios são muito pequenas.
A dentista diz, no entanto, que os números são indicadores de que o problema pode ser importante -e de que são necessários estudos mais aprofundados.
A prevalência aceitável de fluorose em uma população é de 20%. Mas em municípios como Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, na Grande São Paulo, a prevalência entre as crianças chegou a 55% e 85%, respectivamente. Em São Paulo, foi de 30%. A fluorose pode ser tratada com uma simples abrasão e, se sobrarem pigmentos, com clareamento. Em casos leves, dificilmente as manchas pigmentam.


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