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Mais dois PMs morrem no Rio; já são 12 em oito dias
Elson de Souza Rente foi baleado por assaltantes que roubavam transportadora; Aílton Lima da Fonseca morreu em operação em favela
DA SUCURSAL DO RIO
A onda de assassinatos de policiais continua no Rio de Janeiro. Mais dois policiais militares foram mortos ontem no
Rio. O soldado Elson de Souza
Rente, 30, foi morto de manhã
com tiros na cabeça, no Jardim
América (zona norte), dentro
de uma transportadora que estava sendo assaltada por pelo
menos sete homens.
À noite, o sargento Aílton Lima da Fonseca levou um tiro de
fuzil na cabeça durante uma
operação na favela da Metral
(zona oeste). Ele foi levado para
o Hospital Central da Polícia
Militar, mas não resistiu.
Com os dois, já são 12 os PMs
mortos desde o último dia 8.
Cinco estavam a serviço, quatro de folga e três estavam à paisana, mas morreram ao ser
identificados como PMs.
O cabo Leandro Ipanema Vilaverde, que acompanhava
Rente ontem, foi baleado na
mão e está internado.
O comandante-geral da corporação, coronel Ubiratan Ângelo, voltou a afirmar que os assassinatos são casos isolados, e
não uma onda de ataques orquestrada contra PMs.
A Assembléia Legislativa do
Rio decidiu ontem abrir uma
CPI para apurar as mortes.
Segundo a Polícia Civil, Rente e Vilaverde foram até a transportadora Expresso Log porque receberam informação sobre uma movimentação estranha no local.
Ao chegar, foram atacados
pelos ladrões, que pretendiam
roubar uma carga de remédios.
Os policiais reagiram e, na troca de tiros, Rente foi morto. O
circuito interno de TV filmou
toda a ação e a polícia está analisando as fitas.
Funcionários da empresa e
vizinhos deram uma versão diferente. Segundo eles, todos os
dias a PM fazia rondas no local,
e os policiais entraram na empresa sem saber do assalto.
O episódio ocorreu por volta
das 9h. Usando um carro e um
caminhão, os ladrões renderam
os seguranças e cerca de 50
funcionários e os trancaram
em um galpão. Em seguida,
obrigaram dez reféns a descarregar a carga de medicamentos
que havia chegado e transferi-la para o veículo deles.
Quando os produtos começaram a ser retirados, os policiais
chegaram. Os próprios ladrões
abriram o portão.
No momento em que Rente e
Vilaverde manobravam o carro,
foram atacados a tiros e reagiram. Baleado na cabeça, Rente
foi levado para o Hospital Geral
de Bonsucesso (zona norte),
onde morreu. Vilaverde foi levado para o hospital Getúlio
Vargas (Penha, zona norte) e
não corre risco.
Após a troca de tiros, os criminosos fugiram sem levar a
carga de medicamentos, mas
roubaram um fuzil e uma pistola dos PMs. Segundo funcionários e moradores das redondezas, pelo menos um dos ladrões
teria sido baleado e foi socorrido pelos próprios comparsas.
Com a morte de Rente e Fonseca, chegou a 34 o número de
policiais assassinados no Estado neste ano, sendo dez em serviço -quando estavam fardados ou participando de operações. Muitos, no entanto, morreram durante a folga porque
foram reconhecidos como policiais por criminosos.
Foi o caso do sargento Hélio
Ricardo Porto Valentino, assassinado na última terça-feira.
Ele estava dirigindo seu carro
quando foi abordado por homens armados. O grupo queria
levar o veículo, mas, ao ver sua
farda no banco traseiro, decidiu
matá-lo.
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