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Bilhete único também poderá ser usado como cartão de crédito
Licitação para escolher empresa que unificará os serviços será aberta em julho
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O bilhete único, usado hoje
para acesso aos ônibus, trens e
metrô de São Paulo, pode passar também a ser usado como
vale-refeição e até cartão de débito e crédito a partir do final de
2010 ou em 2011.
A mudança será feita a partir
da terceirização de todo o sistema de arrecadação de tarifas do
transporte coletivo na cidade. A
concorrência pública será
aberta em julho.
A empresa que vencer a concorrência assumirá as bilheterias do metrô e da CPTM
(Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos) e toda a venda
de créditos do bilhete único. Os
bilheteiros serão transferidos
para outras atividades.
De acordo com as regras da
licitação, que entraram ontem
em consulta pública, os atuais
cartões do bilhete único terão
de ser substituídos em um prazo de até quatro anos por "cartões inteligentes", com uma
tecnologia que permita a incorporação de novos serviços.
A tecnologia a ser usada no
sistema não foi escolhida. A definição caberá à empresa que
vencer a licitação.
Paulo Menezes, gerente de
Planejamento Financeiro do
Metrô, afirmou que os atuais
benefícios oferecidos aos usuários -descontos nos fins de semana, integração metrô-ônibus, bilhete fidelidade e tarifa
de estudante, por exemplo-,
serão mantidos no novo cartão.
Unificação
Há possibilidade até que esses serviços possam ser incorporados todos no mesmo cartão. Atualmente, para cada tipo
de benefício é necessário um
cartão diferente.
Um dos usos já definidos para o novo cartão será a integração entre trem/metrô e estacionamentos conveniados próximos às estações.
A intenção é estimular que os
usuários cheguem de carro até
a estação mais próxima de sua
casa, deixem o veículo no estacionamento e, com o mesmo
cartão, sigam de trem ou metrô
até o trabalho.
Até mesmo o tradicional bilhete magnético do metrô deve
ser aposentado. A licitação vai
exigir que continue sendo oferecida a possibilidade de compra de um bilhete unitário, mas
a tecnologia deve ser alterada,
já que o custo dos atuais bilhetes magnéticos é alto.
O sistema que será adotado
em São Paulo já existe em outros lugares do mundo, especialmente nos Estados Unidos.
Para implantar o sistema, a
empresa vencedora da licitação
deve gastar cerca de R$ 300 milhões durante os 30 anos de
contrato. Além de vender os
cartões, a empresa que vai
operar o sistema cuidará também da instalação e manutenção das catracas das estações
de trem e metrô.
Contrato
A empresa também terá de
pagar, assim que o contrato for
assinado, R$ 200 milhões à
prefeitura referentes ao custo
que o município teve para desenvolver o atual sistema de
controle de arrecadação.
Para operar o sistema, a empresa vencedora receberá entre
R$ 180 milhões e R$ 200 milhões por ano como taxa de gerenciamento. O valor será dividido entre Prefeitura de São
Paulo, Metrô e CPTM.
Ganhará a licitação a empresa que, entre aquelas que comprovarem capacidade técnica
para fazer o serviço, cobrar a
menor taxa de gerenciamento.
Além disso, para cada serviço
incorporado no bilhete único o
prefeitura, Metrô e CPTM receberão comissão.
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