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Estudantes da USP e PMs entram em confronto
Passeata expôs divisão do movimento; policiais usaram gás pimenta durante ato
No final da manifestação, um grupo de alunos tentou invadir o prédio da rua Maria Antonia, mas foi impedido pela PM
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma passeata organizada pelos estudantes da USP provocou ontem problemas no trânsito da cidade, teve momentos
de conflito com a PM e terminou com um racha entre os alunos que invadiram a reitoria da
universidade há 44 dias.
Os cerca de 200 policiais que
acompanharam a manifestação
estavam armados com pistolas,
revólveres e espingardas de
munição letal -a praxe, em
manifestações de rua, é usar armas não-letais, como cassetetes e balas de borracha.
"Não é, de fato, o adequado.
Utilizamos o pessoal de rua
[que faz o policiamento de ruas
no combate a bandidos], disse o
comandante da operação, o tenente-coronel Paulo Telhada.
A manifestação, que reuniu
cerca de 2.000 pessoas (segundo a PM e os estudantes), começou na avenida Paulista.
O protesto foi organizado pelos estudantes e funcionários
da USP e contou também com a
participação de estudantes secundaristas e professores da rede estadual de ensino.
A passeata saiu por volta das
15h da Paulista e seguiu em direção à Secretaria de Ensino
Superior, no centro.
O principal motivo do protesto é a publicação de decretos
do governador José Serra
(PSDB) que, segundo os manifestantes, ferem a autonomia
das universidades públicas.
Eles também criticam a criação
da secretaria, comandada por
José Aristodemo Pinotti. As
faixas pediam "Fora Pinotti".
Os confrontos ocorreram
quando os manifestantes tomaram a rua da Consolação e
tentaram bloquear todas as três
faixas. A PM permitia duas delas. Policiais com motocicletas
e a pé impediram o bloqueio e
usaram gás pimenta. Não houve registro de feridos.
Por volta das 18h, os manifestantes chegaram à Secretaria
de Ensino Superior.
Os alunos improvisaram
uma assembléia para decidir se
iriam invadir o prédio, mas a
proposta foi derrotada. Um
grupo, entre eles alguns do
PSTU, não se conformou.
Com isso, outra deliberação
da assembléia (de a passeata
prosseguir até a Secretaria de
Educação, na República) não se
concretizou. Houve troca de
acusações entre os estudantes e
o evento terminou com a dispersão dos manifestantes.
Por volta das 20h30, um grupo de cerca de 60 estudantes
tentou invadir o prédio do Centro Universitário Maria Antonia, onde funciona o teatro da
USP, e foi impedido pela PM.
Para o tenente-coronel Telhada, faltou clareza de objetivos do movimento. "Se você
souber o que eles querem, me
conta. Eles nem pediram para
falar com o Pinotti", afirmou o
policial. O secretário, segundo
ele, estava no prédio e poderia
atender uma comissão.
Os manifestantes disseram
que tentaram ser recebidos.
Colaborou EVANDRO SPINELLI , da Reportagem
Local
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