São Paulo, sábado, 16 de junho de 2007

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Estudantes da USP e PMs entram em confronto

Passeata expôs divisão do movimento; policiais usaram gás pimenta durante ato

No final da manifestação, um grupo de alunos tentou invadir o prédio da rua Maria Antonia, mas foi impedido pela PM

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma passeata organizada pelos estudantes da USP provocou ontem problemas no trânsito da cidade, teve momentos de conflito com a PM e terminou com um racha entre os alunos que invadiram a reitoria da universidade há 44 dias. Os cerca de 200 policiais que acompanharam a manifestação estavam armados com pistolas, revólveres e espingardas de munição letal -a praxe, em manifestações de rua, é usar armas não-letais, como cassetetes e balas de borracha. "Não é, de fato, o adequado.
Utilizamos o pessoal de rua [que faz o policiamento de ruas no combate a bandidos], disse o comandante da operação, o tenente-coronel Paulo Telhada. A manifestação, que reuniu cerca de 2.000 pessoas (segundo a PM e os estudantes), começou na avenida Paulista. O protesto foi organizado pelos estudantes e funcionários da USP e contou também com a participação de estudantes secundaristas e professores da rede estadual de ensino. A passeata saiu por volta das 15h da Paulista e seguiu em direção à Secretaria de Ensino Superior, no centro.
O principal motivo do protesto é a publicação de decretos do governador José Serra (PSDB) que, segundo os manifestantes, ferem a autonomia das universidades públicas. Eles também criticam a criação da secretaria, comandada por José Aristodemo Pinotti. As faixas pediam "Fora Pinotti".
Os confrontos ocorreram quando os manifestantes tomaram a rua da Consolação e tentaram bloquear todas as três faixas. A PM permitia duas delas. Policiais com motocicletas e a pé impediram o bloqueio e usaram gás pimenta. Não houve registro de feridos. Por volta das 18h, os manifestantes chegaram à Secretaria de Ensino Superior.
Os alunos improvisaram uma assembléia para decidir se iriam invadir o prédio, mas a proposta foi derrotada. Um grupo, entre eles alguns do PSTU, não se conformou. Com isso, outra deliberação da assembléia (de a passeata prosseguir até a Secretaria de Educação, na República) não se concretizou. Houve troca de acusações entre os estudantes e o evento terminou com a dispersão dos manifestantes.
Por volta das 20h30, um grupo de cerca de 60 estudantes tentou invadir o prédio do Centro Universitário Maria Antonia, onde funciona o teatro da USP, e foi impedido pela PM. Para o tenente-coronel Telhada, faltou clareza de objetivos do movimento. "Se você souber o que eles querem, me conta. Eles nem pediram para falar com o Pinotti", afirmou o policial. O secretário, segundo ele, estava no prédio e poderia atender uma comissão. Os manifestantes disseram que tentaram ser recebidos.


Colaborou EVANDRO SPINELLI , da Reportagem Local


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