São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004

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Convênio de casal de idosos sobe R$ 1.190

Sergio Zacchi/Folha Imagem
O aposentado Amadeu Diniz de Oliveira, de São Paulo, que teve o seguro reajustado em 81,6%


FERNANDA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles são apenas 4 dos cerca de 300 mil usuários de seguro-saúde no Brasil que receberam reajustes de até 82%. Vivem em cidades diferentes, mas as histórias se repetem. Aumentos que os consumidores não entendem e dinheiro que não sabem de onde vão tirar.
O casal Edmundo, 73, e Ana Pellizari, 66, mora em Indaiatuba (102 km a noroeste de São Paulo) e é conveniado à Bradesco Seguros desde 1985. Os dois recebem, juntos, R$ 1.300 do INSS. Em maio, pagavam R$ 1.469,20 pelo seguro de saúde. A migração do contrato antigo para o novo custaria R$ 2.202,04.
Acharam o valor muito alto e decidiram continuar com o plano antigo. No final de junho, os dois receberam uma carta informando um aumento da mensalidade para R$ 2.660.
"Meus filhos me ajudam, mas agora não sei como vai ser. Como tive um infarto, contratar outra seguradora é muito caro, pois alegam doença preexistente", diz Edmundo Pellizari.
A história de Amadeu Diniz de Oliveira, 64, de São Paulo, não é diferente. Com uma aposentadoria de R$ 938, ele não sabe como vai pagar os R$ 970 à Bradesco Saúde. Seu plano sofreu um aumento de 81,6%.
Em Santo André (Grande São Paulo) também há relatos parecidos. Maria Helena Santana, 51, conveniada da SulAmérica, ganha R$ 900 por mês. Parte de sua renda vem de comissões que recebe da clínica em que trabalha.
Seu plano, reajustado, passou de R$ 228,57 para R$ 336,23. Afastada do trabalho por causa de uma tendinite, ela não sabe como vai pagar. "Sem as comissões, não sei como vai ser."
A aposentada Preciosa Conceição Bernardo, 76, de São Paulo, é hipertensa. Cliente da Trasmontano desde 1986, gasta, só com medicamentos, cerca de R$ 400 por mês.
Seu plano de saúde sofreu aumento de 20% -de R$ 220 passou para R$ 264. Indignada, a aposentada procurou o Procon e tentou reduzir o aumento para os 11,75% autorizados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). A empresa não aceitou e baixou para 15%. "Assim a gente fica sem saída", disse.


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