|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sob risco de ruir e superlotada, cadeia de Peruíbe é interditada
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Sob pena de uma multa diária
de R$ 50 mil, a Justiça determinou
a interdição e a transferência até o
final do mês dos 122 homens e dos
cinco adolescentes mantidos presos na cadeia pública de Peruíbe
(litoral sul paulista).
Com apenas quatro celas e projetada para comportar somente
24 detentos, a cadeia enfrenta um
problema ainda mais grave que o
da superlotação. Três laudos de
engenharia -dois do Instituto de
Criminalística e um da associação
dos engenheiros local- indicam
que a estrutura do prédio, situado
no centro da cidade, está comprometida e corre o risco de ruir.
O delegado Rodrigo Tellini, diretor da cadeia, disse que, devido
à ordem judicial, rejeitou ontem
receber 11 novos presos, das vizinhas Mongaguá e Itanhaém.
A cadeia de Peruíbe é a única do
litoral sul que continuava recebendo presos. A de Itanhaém está
parcialmente interditada, também por determinação judicial, e
só pode abrigar presos até o limite
da capacidade (32).
A decisão de interditar a cadeia
de Peruíbe foi tomada no dia 8 pela juíza Andreza Arnoni, da 2ª Vara do fórum local. Até ontem, não
havia perspectiva de solução. "A
administração está estudando como esvaziar a cadeia. É claro que
uma decisão judicial tem de ser
cumprida", afirmou o delegado
Pedro dos Anjos, titular da Delegacia Seccional de Itanhaém, responsável pelo litoral sul.
Segundo Tellini, devido à falta
de espaço, os presos permanecem
no pátio durante o dia, e, à noite,
parte deles é trancada nas celas
-não há lugar para todos. "Eles
fazem revezamento para dormir.
Tem gente que dorme no banheiro", disse. Ele diz que os presos estão apreensivos com a decisão da
juíza, pois temem ser transferidos
para cadeias comandadas por
presos rivais.
Texto Anterior: Segurança: Polícia Federal apreende peças sacras em SP Próximo Texto: Soldados do Exército são presos por desvio de munição no Rio Índice
|