São Paulo, domingo, 16 de agosto de 2009

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Família pagou R$ 150 à prestação por uma "casa de emergência"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Entre casas mal-acabadas de alvenaria e barracos improvisados com sucatas, as casas simples montadas pelos voluntários da ONG Um Teto para Meu país são facilmente avistadas no Jardim Gardênia.
A dona de casa Jucélia Pereira da Silva, 29, mãe de cinco filhos -o mais velho tem 13 anos e, a mais nova, 11 meses- conta que está ajeitando uma coisa a cada dia. "Pintei por dentro e agora já posso deixar minha bebê engatinhar. Antes, ela não ia no chão. Não tinha como evitar que ratos andassem por aqui."
Ela deu R$ 50 de entrada da casa nova e, no dia da visita da Folha, entregou o restante, R$ 100, em um bolinho de notas de R$ 10. "Paguei muito aluguel e sofri muita humilhação por aí. Não acreditava nessas pessoas até ver eles erguendo a minha casa", diz, emocionada.
De certa forma, impressiona o tratamento entre os voluntários e as famílias. "Senti como se estivesse erguendo a minha casa com a minha família", afirma Sônia Maria da Silva, 50, costureira. "Agora, meus parentes parecem estranhos."
Sônia conta que antes seu barraco balançava com o vento, como as árvores. Era seu "ninho de passarinho".
"Vivo mais de milagre e doação do que outra coisa. Meu piso era de terra batida, quando chovia, saia da cama e já pisava na lama", lembra ela, que orgulha-se de ter vendido suas tranças "canecalon" para produzir sabão e vender, trabalho cuja renda foi investida no pagamento da sua nova moradia.


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