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Família pagou R$ 150 à prestação por uma "casa de emergência"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Entre casas mal-acabadas de
alvenaria e barracos improvisados com sucatas, as casas simples montadas pelos voluntários da ONG Um Teto para Meu
país são facilmente avistadas
no Jardim Gardênia.
A dona de casa Jucélia Pereira da Silva, 29, mãe de cinco filhos -o mais velho tem 13 anos
e, a mais nova, 11 meses- conta
que está ajeitando uma coisa a
cada dia. "Pintei por dentro e
agora já posso deixar minha bebê engatinhar. Antes, ela não ia
no chão. Não tinha como evitar
que ratos andassem por aqui."
Ela deu R$ 50 de entrada da
casa nova e, no dia da visita da
Folha, entregou o restante, R$
100, em um bolinho de notas de
R$ 10. "Paguei muito aluguel e
sofri muita humilhação por aí.
Não acreditava nessas pessoas
até ver eles erguendo a minha
casa", diz, emocionada.
De certa forma, impressiona
o tratamento entre os voluntários e as famílias. "Senti como
se estivesse erguendo a minha
casa com a minha família", afirma Sônia Maria da Silva, 50,
costureira. "Agora, meus parentes parecem estranhos."
Sônia conta que antes seu
barraco balançava com o vento,
como as árvores. Era seu "ninho de passarinho".
"Vivo mais de milagre e doação do que outra coisa. Meu piso era de terra batida, quando
chovia, saia da cama e já pisava
na lama", lembra ela, que orgulha-se de ter vendido suas tranças "canecalon" para produzir
sabão e vender, trabalho cuja
renda foi investida no pagamento da sua nova moradia.
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