São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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outro lado

Rio critica "viés ideológico'; União prevê melhora

DA SUCURSAL DO RIO D
A SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro afirmou, por meio de nota oficial, que "as opiniões do representante da ONU estão fora do contexto, carregadas em forte viés ideológico e desfocadas da realidade". O texto destaca ainda que, "por causa da política de segurança", o número de homicídios dolosos caiu no primeiro semestre de 2008 para o seu menor nível em 17 anos.
"Desde que assumiu a pasta, o secretário de Segurança [José Mariano Beltrame] vem perseguindo uma série de metas para mudar o quadro do Rio. Vale lembrar que, na origem, boa parte dos problemas não está relacionada com polícias, mas sim com as desigualdades sociais e com as questões históricas do país", diz a nota.
"A secretaria sabe que as polícias têm muito o que melhorar e boa parte dos investimentos estão direcionados a dar melhores condições de treinamento e de trabalho ao policial", acrescenta.
O governador Sérgio Cabral (PMDB) não quis comentar o relatório divulgado ontem. No ano passado, ele se recusou a receber Philip Alston, que ganhou do chefe do policiamento da capital, coronel Marcus Jardim, uma miniatura de um caveirão.

Governo federal
Já o governo federal usou o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) para alegar que as 94 ações previstas no programa atendem às recomendações feitas pela ONU.
Também por meio de nota oficial, o Ministério da Justiça afirmou que o Pronasci "propõe a valorização dos profissionais de segurança pública com projetos como Bolsa Formação (no valor de R$ 400) e plano habitacional com juros mais facilitados".
"Em territórios de descoesão social e onde não há a presença do Estado, o Pronasci vai atuar com uma polícia, fora dos carros policiais, mas próxima da comunidade e com a instituição de projetos sociais voltados a jovens", diz a nota.
Uma das bandeiras do ministro Tarso Genro (Justiça), o Pronasci, segundo informe do órgão, é um programa onde há o "fortalecimento das corregedorias e ouvidorias."
Sobre o Rio em particular, o governo diz que dedica ao Estado "atenção especial" e cita a formação de comitê para tratar de segurança pública, no qual também faz parte o governo do Estado.
A Secretaria Especial de Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, não comentou o relatório.

São Paulo
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, rebateu, em nota, às críticas à falta de investigação de casos de homicídios cometidos por policiais: "No Estado, para cada homicídio é instaurado um inquérito policial".
"Na cidade de São Paulo, por exemplo, dos 1.538 homicídios dolosos registrados em 2007, 732 foram crimes de autoria conhecida -inclusive os praticados por policiais. Todos foram encaminhados à Justiça com identificação do autor".


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