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outro lado
Rio critica "viés ideológico'; União prevê melhora
DA SUCURSAL DO RIO
D
A SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria de Segurança
do Rio de Janeiro afirmou,
por meio de nota oficial, que
"as opiniões do representante da ONU estão fora do contexto, carregadas em forte
viés ideológico e desfocadas
da realidade". O texto destaca ainda que, "por causa da
política de segurança", o número de homicídios dolosos
caiu no primeiro semestre de
2008 para o seu menor nível
em 17 anos.
"Desde que assumiu a pasta, o secretário de Segurança
[José Mariano Beltrame]
vem perseguindo uma série
de metas para mudar o quadro do Rio. Vale lembrar que,
na origem, boa parte dos problemas não está relacionada
com polícias, mas sim com as
desigualdades sociais e com
as questões históricas do
país", diz a nota.
"A secretaria sabe que as
polícias têm muito o que melhorar e boa parte dos investimentos estão direcionados
a dar melhores condições de
treinamento e de trabalho ao
policial", acrescenta.
O governador Sérgio Cabral (PMDB) não quis comentar o relatório divulgado
ontem. No ano passado, ele
se recusou a receber Philip
Alston, que ganhou do chefe
do policiamento da capital,
coronel Marcus Jardim, uma
miniatura de um caveirão.
Governo federal
Já o governo federal usou o
Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública
com Cidadania) para alegar
que as 94 ações previstas no
programa atendem às recomendações feitas pela ONU.
Também por meio de nota
oficial, o Ministério da Justiça afirmou que o Pronasci
"propõe a valorização dos
profissionais de segurança
pública com projetos como
Bolsa Formação (no valor de
R$ 400) e plano habitacional
com juros mais facilitados".
"Em territórios de descoesão social e onde não há a
presença do Estado, o Pronasci vai atuar com uma polícia, fora dos carros policiais,
mas próxima da comunidade
e com a instituição de projetos sociais voltados a jovens",
diz a nota.
Uma das bandeiras do ministro Tarso Genro (Justiça),
o Pronasci, segundo informe
do órgão, é um programa onde há o "fortalecimento das
corregedorias e ouvidorias."
Sobre o Rio em particular,
o governo diz que dedica ao
Estado "atenção especial" e
cita a formação de comitê para tratar de segurança pública, no qual também faz parte
o governo do Estado.
A Secretaria Especial de
Direitos Humanos, ligada à
Presidência da República,
não comentou o relatório.
São Paulo
O secretário da Segurança
Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, rebateu, em
nota, às críticas à falta de investigação de casos de homicídios cometidos por policiais: "No Estado, para cada
homicídio é instaurado um
inquérito policial".
"Na cidade de São Paulo,
por exemplo, dos 1.538 homicídios dolosos registrados
em 2007, 732 foram crimes
de autoria conhecida -inclusive os praticados por policiais. Todos foram encaminhados à Justiça com identificação do autor".
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