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SOB PRESSÃO
Eles devem falar com deputados nos consultórios
Médicos preparam lobby para criar "OAB" da classe e avaliar formandos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Médicos de todo o país se preparam para uma dupla mobilização nos próximos meses: exercer
um forte lobby no Congresso para
aprovar o polêmico projeto de lei
do Ato Médico e tentar criar a Ordem dos Médicos do Brasil, que
poderá adotar um exame para
formandos a fim de dificultar o
acesso ao mercado para egressos
de cursos de má qualidade.
O planejamento dos dois temas
dominou o Encontro Nacional
dos Conselhos de Medicina, que
terminou ontem, em Brasília, e
reuniu membros de sindicatos,
conselhos e associações.
O Ato Médico é um projeto de
lei que define as áreas de atuação
gerais e exclusivas do médico.
De imediato, os médicos que
atendem parlamentares ligados
ao assunto farão a primeira onda
de pressão a favor do Ato Médico
em seus consultórios, trabalhando para convencer seus pacientes.
Em outro fronte, tentam desmobilizar seus opositores, alegando que a maior parte deles seriam
estudantes guiados por setores
políticos dos conselhos de suas
respectivas carreiras, de áreas como biologia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia,
fisioterapia e fonoaudiologia.
"Precisamos explicar a eles que
as pessoas não vão precisar ser
encaminhadas pelo médico", diz
Alceu Pimentel, da Comissão Nacional de Defesa do Ato Médico
do Conselho Federal de Medicina.
A regulamentação do setor encontrou forte oposição e indignação em conselhos profissionais de
outras áreas de saúde.
Segundo o texto, já alterado na
Comissão de Constituição e Justiça do Senado, "são atos privativos
do médico a formulação do diagnóstico médico e a prescrição terapêutica das doenças".
Para o Conselho Federal de Psicologia, o projeto pode levar ao
entendimento de que "nenhum
outro profissional da área de saúde, a não ser o médico, é competente para realizar prescrições terapêuticas, mesmo quando estas
dizem respeito aos diagnósticos
que estão dentro de sua competência de atuação".
A criação da Ordem dos Médicos do Brasil unificaria o CFM e a
Associação Médica Brasileira.
O encontro deixou claro que a
entidade poderia ser como a OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil), que faz um exame para os bacharéis antes que possam atuar
como advogados.
(LEILA SUWWAN)
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