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RS tem mais morador de rua obeso do que desnutrido
Pesquisa feita em Porto Alegre mostra que 15% das pessoas que moram nas ruas estão acima do peso; desnutrição atinge 4%
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Três em cada 20 moradores
de rua em Porto Alegre (RS)
têm excesso de peso. É o que
mostra levantamento realizado
pela Cosans (Coordenadoria de
Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável), órgão da
prefeitura da capital gaúcha.
Segundo o trabalho, há mais
moradores de rua com obesidade ou sobrepeso do que com
desnutrição entre 136 adultos
entrevistados: 21 (ou 15,4%)
contra seis (4,4%). A maioria
(80,1%), porém, está dentro dos
padrões considerados normais
de nutrição (109 moradores).
Os nutricionistas da prefeitura levaram em conta o IMC
(índice de massa corporal) de
136 moradores de rua que freqüentam um restaurante popular da cidade.
É considerado saudável
quem tem índice entre 18,5 a
24,9. Houve casos de moradores de rua com índices superiores a 30. O levantamento foi feito entre abril e agosto.
Segundo o nutricionista Rafael Longhi, coordenador da
pesquisa, a partir desses dados
será possível realizar outros levantamentos para identificar
problemas como diabetes, colesterol alto e até anorexia entre essa população da cidade.
Segundo o coordenador da
Cosans, Carlos Antônio da Silva, o resultado pode ser explicado pelo fato de muitos tentarem ajudar os moradores de
rua oferecendo alimentos inadequados, como lanches, bolachas e refrigerantes.
"Não é o que recomendamos.
O problema é que quando a fome aperta, o instinto fala mais
alto. Por isso, queremos que essas pessoas sejam encaminhadas para abrigos e, depois, para
os restaurantes populares, onde terão uma alimentação adequada e orientações", diz.
O coordenador do Cosans
afirma ainda que o consumo de
bebida alcoólica pode causar
problemas nutricionais.
Uma assistente social de Porto Alegre, que pediu para não
ser identificada, trabalha há 13
anos com moradores de rua e
diz que a obesidade entre essa
população é comum, mas que
esse perfil está mudando em
razão do consumo de crack -o
que, segundo ela, não é identificado na pesquisa.
Segundo pesquisa divulgada
pelo IBGE em 2004, o excesso
de peso atinge 40,6% de toda a
população brasileira adulta.
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