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SAÚDE
Dos homens entrevistados em pesquisa, 16% adormeceram alguma vez enquanto dirigiam, contra 1% das mulheres
8% de insones já dormiram ao volante
DA REPORTAGEM LOCAL
As vítimas da insônia, além de
padecer com noites intermináveis
e o cansaço do dia seguinte, são
também uma ameaça para eles
próprios e aos outros quando estão ao volante.
Por exemplo, 8% dos entrevistados que se queixam de insônia
disseram já ter dormido na direção. Dos 1.465 insones ouvidos
pela pesquisa Wyeth/Datafolha,
47% costumam dirigir ou já dirigiram. O número dos que cochilaram ao volante é ainda mais alarmante quando se separa por gênero e capital: 16% dos insones
homens disseram já ter dormido
na direção, contra 1% das mulheres. Brasília é a capital do perigo:
16% do total dos que dormem mal
já cochilaram dirigindo.
Diferentemente, os moradores
de Salvador são os mais despertos
enquanto dirigem, com 3% de cochiladores ao volante, seguidos
dos cariocas e dos moradores do
interior paulista, com 4%.
O cansaço físico é a consequência mais citada, atingindo 47%
dos insones. O nervosismo vem
depois, com 29%, seguido de dor
de cabeça (25%), irritação (22%),
mau humor (19%) e indisposição
física (17%), para ficar entre as
conseqüências mais citadas. As
respostas são espontâneas e múltiplas, e cada entrevistado citou,
em média, 2,27 efeitos da insônia.
As respostas permitem concluir
que, além de sofrer com o cansaço, o insone acaba tendo dificuldades nas suas relações, pois está
sempre nervoso, irritado e mal-humorado.
A atividade mais afetada pela
insônia é o trabalho -75% dos
que dormem mal disseram que isso interfere na atividade cotidiana. Os moradores de Salvador e
de Brasília (81%) e os entrevistados da classe A (83%) são os que
mais se queixaram das consequências da insônia no trabalho.
A mesma pesquisa revela que as
pessoas que se queixam de insônia levam, em média, uma hora e
dez minutos para dormir. As mulheres demoram mais, uma hora e
16 minutos, contra uma hora e
quatro minuto dos homens. As
pessoas acima de 51 anos e os das
classes D e E custam mais para
dormir, cerca de uma hora e 22
minutos.
Quando a comparação é feita
entre capitais, os paulistanos e os
portalegrenses são os que mais
sofrem, amargando uma hora e 18
minutos até pegar no sono. Os insones de Brasília são os que adormecem mais rapidamente, depois
de 51 minutos.
Para os insones, nem sempre
pegar no sono é garantia de sono.
A pesquisa mostra que 53% dizem acordar durante o sono "frequentemente" e 19% "esporadicamente". Os cariocas são os que
mais acordam (63%), enquanto
cerca de metade dos moradores
de Salvador e de Fortaleza "raramente" despertam à noite.
Outro indicador importante é a
qualidade do sono. Dos insones
ouvidos, 29% disseram ter um sono "agitado" ou "muito agitado".
E apenas 23% afirmaram ter um
sono tranquilo. Enquanto em
Porto Alegre e em Salvador 13%
têm o sono "muito agitado", 32%
dos paulistas do interior afirmaram dormir tranquilamente.
(AURELIANO BIANCARELLI E MARIANA VIVEIROS)
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