São Paulo, quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Criança é internada na BA com 50 agulhas no corpo

Polícia descarta ingestão acidental e diz buscar culpado; mãe acusa padrasto

Menino de dois anos foi internado após vomitar e sentir dores na barriga; hospital afirma que o estado de saúde dele é grave

MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Um garoto de dois anos foi internado em estado grave em Barreiras, no oeste da Bahia, a 858 km de Salvador, com 50 agulhas espalhadas pelo corpo. Uma delas perfurou o pulmão da criança.
O menino foi internado na madrugada do último domingo após ter vomitado e reclamado de dores na barriga. As agulhas de costura, cada uma com 4,5 cm de comprimento, foram encontradas pelos médicos após exames de raio-X.
A família não soube explicar como elas foram parar no corpo do garoto. Segundo a equipe médica do hospital do Oeste, a presença de agulhas na perna e no pescoço do garoto indicam que foram introduzidas através da pele.
Uma das agulhas chegou a perfurar um dos pulmões, o que fez a equipe médica inserir um dreno no corpo do menino para evitar mais danos ao aparelho respiratório.
Exames de radiografia indicaram também a presença de 17 agulhas no aparelho digestivo do garoto, que podem ter sido engolidas. Para impedir a perfuração de outros órgãos vitais, os médicos planejam uma cirurgia para retirá-las.
De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, o garoto está consciente e respira sem a ajuda de aparelhos, apesar de o estado de saúde ser considerado grave. Ele está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O caso foi registrado na delegacia de Ibotirama, município onde a família mora, que fica próximo a Barreiras. Três pessoas já prestaram depoimento.
A mãe do garoto, que trabalha como agricultora e tem outros cinco filhos, afirmou à polícia que o padrasto pode ter usado a criança numa espécie de ritual de magia negra.
Segundo o delegado Helder Santana, o padrasto negou em depoimento que tenha introduzido as agulhas no corpo da criança, assim como a participação em suposto ritual.
"Uma coisa é certa: alguém colocou as agulhas na criança. Descartada a ingestão acidental, resta descobrir quem fez isso e por qual motivo. Tenho 20 anos de profissão e nunca vi um caso tão absurdo como esse", afirmou Santana.


Texto Anterior: Análise: Um expert na relação Executivo X Legislativo
Próximo Texto: Violência: Ambientalista francês morre após sofrer agressões no Pará
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.