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4 PMs são presos acusados de chacina em SP
Policiais, suspeitos de integrarem grupo de extermínio, são do 18º Batalhão da PM, que era comandado por coronel assassinado
Polícia Civil não descarta hipótese de que PMs estejam envolvidos na morte do coronel José Hermínio Rodrigues
KLEBER TOMAZ
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro policiais militares
suspeitos de integrarem um
grupo de extermínio -que teria realizado um duplo assassinato e uma chacina na zona
norte com três mortos, no ano
passado- foram presos ontem
em São Paulo.
Todos os acusados trabalham no 18º Batalhão de Polícia
Militar, na zona norte, que era
comandado pelo coronel José
Hermínio Rodrigues, 48, assassinado no dia 16 de janeiro deste ano. Investigadores do caso
não descartam a hipótese de os
PMs presos ontem estarem envolvidos também nesse crime.
O coronel Rodrigues tinha
aberto procedimentos internos
para apurar a possível participação de seus subordinados em
homicídios e chacinas naquela
área. Os PMs suspeitos integrariam um suposto grupo de extermínio dentro do batalhão.
O sargento José Rivanildo da
Silva Sá, 38, e os soldados Ricardo Gonçalves de Moraes, 39,
Luzinaro Moreira do Nascimento, 32, e Eliabe Antonio de
Melo, 32, tiveram suas prisões
temporárias de 30 dias decretadas pela Justiça. Todos integravam uma equipe da Força Tática da PM e são acusados de forjar assassinatos alegando que
as vítimas resistiram à prisão e
foram mortas em confronto.
A prisão foi realizada pelo
DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa),
da Polícia Civil, e pela Corregedoria da Polícia Militar.
Os quatro acusados não quiseram se manifestar ao chegar
à sede do DHPP -sem algemas- para prestar depoimento
no início da tarde de ontem.
A Folha procurou a defesa
do sargento Sá, mas seu advogado, João Carlos, afirmou que
só iria se pronunciar após conversar com seu cliente. À reportagem o advogado Antonio
Carlos Ferreira de Toledo, que
afirmou que iria defender o soldado Nascimento, também alegou que precisaria falar com
seu cliente antes de dar qualquer declaração.
A reportagem não conseguiu
localizar os advogados dos soldados Moraes e Melo para comentar o assunto.
Procurado, o corregedor-geral da PM em São Paulo, coronel Paulo Menegucci, informou apenas que a prisão dos quatro suspeitos teve a participação do órgão.
Com a prisão dos quatro PMs
ontem, sobe para sete o número de policiais militares detidos
por suposto envolvimento em
grupos de extermínio neste
ano e investigados pelo homicídio do coronel Rodrigues.
Já estavam presos os sargentos da PM Ricardo da Rocha
Benetti, 38, Helber Antonio de
Freitas, 30, e o soldado Paschoal dos Santos Lima, 31.
Conforme a Folha revelou
ontem, escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça Militar,
indicaram o modo de atuação
de policiais militares suspeitos
de integrar um grupo de extermínio. As escutas revelaram
como os policiais obtêm informações sobre possíveis vítimas
-por exemplo, por meio de
troca de informações sobre
RGs e antecedentes criminais
delas.
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