São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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Secretário autorizou entrada de TV em prisões

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, admitiu ontem que aparelhos de TV entraram nas prisões há 20 dias.
"Não vi mal nenhum. Liberei os aparelhos em locais dos presídios que não afetavam o andamento normal das cadeias, locais de uso comum", disse Nagashi, ao ser questionado sobre a entrada de 60 aparelhos que teriam sido comprados pelo PCC.
O secretário negou, no entanto, que esses aparelhos de TV façam parte de uma negociação com líderes da facção criminosa. Segundo Nagashi, essa concessão foi feita há 20 dias.
Na época, o líder máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e o restante da cúpula da facção estavam na penitenciária de Avaré (262 km de SP).
Nagashi não especificou quantos aparelhos de televisão entraram no sistema nem em quais prisões foram instalados. Mas o secretário negou que o pedido tenha partido de líderes do PCC, que queriam ver os jogos da Copa do Mundo na Alemanha.
Perguntado quem teria arcado com os custos, Nagashi foi evasivo. "Não será do Estado de São Paulo, o ônus não será nosso com certeza. Eu não tenho informação nenhuma de que esses aparelhos tenham sido comprados por organizações criminosas", afirmou o secretário.
O governo permite a entrada de televisões nas prisões comuns desde que o aparelho seja comprado pela família do preso. Agentes penitenciários afirmam que os televisores foram entregues em grandes quantidades. Caminhões chegaram aos presídios para entregar os aparelhos.


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