Anibal Massaini, que teve a casa nos Jardins invadida há 40 dias, conta como foi ser mantido refém de assaltantes

Massaini não ouvia falar de roubos na região há tempos; a quadrilha entrou pulando o muro do imóvel vizinho, que estava em obras

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Há muito tempo o cineasta Anibal Massaini não ouvia falar em assaltos a casas em sua vizinhança, nos Jardins. Acabou sendo mais uma vítima da onda de assaltos na região. Pego de surpresa por ladrões que pularam o muro lateral quando se preparava para entrar no carro, há 40 dias, Massaini teve de mudar os planos para receber as inesperadas visitas. "A pergunta dos assaltantes era: "Cadê o cofre?'", conta o produtor e diretor de, entre outros filmes, "Pelé Eterno".

 

FOLHA - Como os ladrões chegaram ao muro lateral de sua casa?
ANIBAL MASSAINI - O vizinho demoliu parte da casa e deixou encostado no muro gradis e portas que, acredito eu, serviram de degrau para os caras.

FOLHA - Como eles eram?
MASSAINI - Eram quatro, mas só tive contato com dois: um deles gordão, o outro, encapuzado. O estranho é que só o primeiro falava. O outro respondia com gestos. Quando eles quiseram entrar dentro de casa, soube que havia mais dois.

FOLHA - Onde eles estavam?
MASSAINI - Enquanto eles diziam "Cadê o cofre?", a campainha começou a tocar insistentemente. Era a nova funcionária que veio para uma entrevista. Foi levada por um terceiro assaltante, que eu não cheguei a ver, ao closet. Aí soube que havia também um quarto homem.

FOLHA - Quantas pessoas estavam na casa?
MASSAINI - Eu e meu irmão, que mora comigo. Naquele momento, ele estava no quarto entretido com a internet. Repeti várias vezes em voz alta "Oswaldo! Oswaldo!", para que ele não se assustasse quando me visse com os assaltantes.

FOLHA - Você ficou nervoso?
MASSAINI - Não, porque eles estavam muito tranqüilos. Até sentamos na sala para conversar. Eles queriam "o cofre".

FOLHA - E você tem cofre?
MASSAINI - Quem guarda dinheiro em casa hoje em dia?

FOLHA - O que eles levaram?
MASSAINI - Eles não tiveram muito interesse pelo resto.

FOLHA - Já tinha sido assaltado?
MASSAINI - Há muito tempo não se falava em assaltos ali. Como fica perto do [clube] Paulistano e os sócios muquiranas preferem deixar o carro na rua do que no estacionamento, a gente ouvia falar mais de ladrões de toca-fitas.

FOLHA - Você tomou alguma providência?
MASSAINI - Eu e três proprietários de casas vizinhas contratamos dois vigias para se revezarem dia e noite.


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