São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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OUTRO LADO

"Recorremos sempre", afirma cônsul-geral

DA AGÊNCIA FOLHA,

EM CIUDAD DEL ESTE

O cônsul-geral do Brasil em Ciudad del Este, Antonio José Rezende de Castro, 49, nega que os presos brasileiros não recebem atenção permanente do consulado. "Recorremos sempre, mesmo quando sabemos que a condenação é justa", disse.
Castro confirma que o governo brasileiro paga dois advogados para acompanhamento dos presos, mas disse que essa não é a maior nem a principal incumbência dos defensores.
O consulado tem abrangência sobre os cerca de 350 mil a 400 mil "brasiguaios" que vivem nos Departamentos paraguaios de Alto Paraná, Itapúa e Canindeyú.
Com uma verba anual que varia de US$ 500 a US$ 3.000 destinada à assistência dos presos, Castro afirma que a situação dos brasileiros na penitenciária de Ciudad del Este é atualizada a cada dois meses pelos advogados.
Sobre a queixa dos presos de que a última visita foi em dezembro, ele responde que se refere à doação de cestas básicas, cobertores e chinelos, feita duas vezes ao ano.
Ele reage às críticas de irmã Olga Pasqual, afirmando não serem verdadeiras. "Seria leviano manter um controle direto e preciso da situação dos presos e deixar desamparada parte da comunidade brasileira."
Quanto ao corpo de Emerson Ramos Magrini, Castro diz que o consulado não pode assumir os custos. "Temos obrigação de tratar dos vivos e, com um mínimo de caridade, dos mortos", diz.
O consulado socorreu as famílias de outros brasileiros mortos na rebelião.
Segundo o cônsul, a falta de documentação paraguaia de brasileiros tem absorvido o maior tempo do consulado. O custo de sua obtenção é estimado em R$ 450 por pessoa. O preço alto, o desleixo e a corrupção no setor de imigração fazem com que só o chefe da família busque a legalização. (MT)



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