São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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CASO CELSO DANIEL

Mauro Sérgio de Souza foi detido em uma quermesse e levou um tiro na coluna; seis ficaram feridos

Preso mais um envolvido em sequestro

RENATO ESSENFELDER
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu ontem, em uma quermesse na zona sul de São Paulo, Mauro Sérgio Santos de Souza, o Serginho, 20, penúltimo integrante livre da quadrilha acusada de sequestrar e matar o prefeito de Santo André Celso Daniel. Houve tiroteio durante a operação, e seis pessoas -entre elas um policial- ficaram feridas sem gravidade. O suspeito levou um tiro na coluna.
Durante a tarde de ontem, todos os feridos receberam alta do pronto-socorro do Hospital Diadema, onde foram socorridos. Apenas Serginho continuou internado, sem risco de morte. A lesão na coluna, contudo, pode deixá-lo paralítico.
A operação policial foi motivada por duas ligações anônimas recebidas na semana anterior. As denúncias diziam que Serginho estaria na região do Jardim Luso (divisa de São Paulo com Diadema), próximo à favela Pantanal.
A partir do comunicado, agentes do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) descobriram que Serginho tinha uma namorada na região.
Por volta da meia-noite de sábado, os policiais, vestidos à paisana, chegaram à casa dela para prender Serginho. O local estava vazio, mas vizinhos teriam relatado que o suspeito estaria em uma quermesse na mesma rua.
Alguns minutos depois, três agentes entraram na festa para deter o suspeito. Serginho desconfiou dos três desconhecidos e, segundo a polícia, sacou uma arma, iniciando o tiroteio. Para proteger-se das balas, ele teria usado a namorada como escudo.

Foragidos
Serginho estava foragido desde que o prefeito petista Celso Daniel foi encontrado morto com sete tiros, em uma estrada em Juquitiba (78 km de São Paulo), em 20 de janeiro deste ano.
Ele é acusado de ter queimado a Blazer usada no sequestro de Celso Daniel. Entretanto, o relatório final da polícia sobre o caso indicia Serginho apenas por formação de quadrilha, isentando-o de envolvimento direto na morte do prefeito.
Sem saber, Serginho foi uma das peças-chave para a solução do crime. Em 20 de fevereiro, a polícia confirmou a existência de uma carta que ele teria escrito a Itamar Messias dos Santos, 21, membro da mesma quadrilha. Itamar foi preso pela Polícia Federal em 1º de março, em Aparecida (167 km de São Paulo), acusado de participação no crime.
Na carta, vários apelidos de membros da quadrilha de Ivan Rodrigues da Silva, o Monstro (considerado o líder do grupo), eram citados -o que auxiliou na identificação dos criminosos.
Serginho já tinha prisão preventiva decretada pela Justiça, por formação de quadrilha. Agora, ele também responderá por tentativa de homicídio, resistência à prisão e uso de documentos falsos.
O único suspeito do crime que ainda está foragido é Elcyd Oliveira Brito, o John. Ele é acusado de formação de quadrilha e participação no assassinato do prefeito.



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