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Trem-bala será mais rápido que ponte aérea
É o que diz estudo técnico encomendado pelo governo para a ligação Rio-SP: 93 minutos sobre trilhos ante 110 minutos de avião
Previsão é que bilhete seja mais barato, mas projeto ainda tem grandes obstáculos, como alto custo e meta de conclusão até Copa de 2014
ALAN GRIPP
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O estudo técnico do trem-bala ligando o Rio a São Paulo prevê que as viagens sobre trilhos
podem ser mais curtas e mais
baratas do que de avião. O estudo, encomendado pelo governo
à consultoria inglesa Halcrow,
diz que o trecho pode ser percorrido em 93 minutos, ante
110 minutos de avião -considerado o tempo gasto com check-in, embarque e desembarque.
Da capital paulista, partirá
uma linha para Campinas, com
tempo estimado de 42 minutos.
Considerando variáveis como
custo da obra e demanda, a Halcrow estimou a tarifa entre Rio
e São Paulo em R$ 200 nos horários de pico e R$ 150 nos demais. Pelo estudo, o bilhete aéreo tem hoje preço médio de R$
400 e R$ 180, respectivamente.
"Tem tudo para acontecer
como no Japão, onde o trem-bala matou a viagem aérea entre Tóquio e Osaka", comemora
o presidente da ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo.
Mas há inúmeros obstáculos.
O primeiro é o custo, de R$ 34,6
bilhões, bem maior que os R$
20 bilhões previstos no início
-parte do aumento deve-se à
decisão de fazer em túneis quase todo o trecho dentro das cidades de Rio e São Paulo -90,9
km do trajeto total (18%).
Com isso, o governo já abandonou a ideia de um trem-bala
bancado 100% pela iniciativa
privada. A contrapartida do governo pode chegar a 50%, e fundos de pensões das estatais entrarão no negócio.
Outro problema será cumprir a meta de entregar a obra
para a Copa de 2014 -prazo
alardeado pela ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil).
Técnicos que atuam no projeto duvidam do cumprimento.
Dizem que o licenciamento
ambiental pode durar mais de
um ano e citam ainda possíveis
ações judiciais contra as desapropriações. O governo diz que
o edital pode ser lançando ainda em agosto. A perspectiva
mais otimista é iniciar as obras
no segundo semestre de 2010.
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